![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo1EJqpX6C2zRV4TUdKe3H9OvatBNYCcw2Yfl4X9lfDnWvrBHxYuRRkTfKl5F9FZBDfohre-yxlDNUjXDOxP3qUbmH8Uanmj_nJW2WQwoo5xMY01kMYA3IaT60v07O0_qPANACZQ/s320/RugbyArgentina.jpg)
Voltando ao passado, à segunda metade da década de 80 e aos princípios da de 90, a selecção que eu considerava que tinha o jogo mais bonito (e mais espectacular) era a selecção francesa, por causa da imprevisibilidade do jogo à mão das suas linhas atrasadas. Era um gosto apreciar as jogadas à mão quando a bola chegava à linha de três quartos da França (com Philippe Sella) onde se intercalava depois o defesa Serge Blanco (em baixo, à direita, com Sella) a desequilibrar as marcações. Mas não era só a França. Era uma época onde o râguebi podia ser espectacular pela criatividade dos protagonistas (!!!) de que o exemplo maior terá sido, talvez, o australiano David Campese, a estrela do Mundial de 91.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMHaq8N-2l0106PKT0iCLn5FsqvH2JcIC1KgW2YjcA9SttaVK2ZIYoUs0AL_cxvKd0oQT4XKTK9RZRE_ejV_UMNfCZh5PiEUj49H-CBs2C9FLTtw5XOseBs1xZdoUl4xVZDsCNFw/s320/BlancoSella.jpg)
Conseguir placar alguém com o arcaboiço de um avançado mas com a destreza e rapidez de um jogador tradicional das linhas atrasadas revelou-se algo de insuperável para os defensores das equipas adversárias, mesmo quando o campeonato passou para a fase a sério em que a Nova Zelândia defrontou as equipas com pretensões como a Escócia (nos quartos de final) ou a Inglaterra (nas meias finais). É que Jonah Lomu, com aquele corpanzil, nem tinha jeito para fazer fintas de corpo para evitar as placagens de quem o quisesse deter, conforme era tradicional: ele corria directamente na direcção do opositor para o cilindrar com o poder de choque dos seus 120 Kg…
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM13DWLXjmKNkoSFNvvYvk2gYruPFuW10HQPY_ONPgQoesMlLqboq4hzCgUWjrn7HAwfjRXU0Izp3a08tGRvdLQFLL1N06WmJdq8hkEIUXxXgVgcTajmjfG4ef5nmEOE0f36jjFw/s320/JonahLomu.jpg)
A bola entrou e foram mais 3 pontos para a Nova Zelândia. Convém esclarecer que as boas regras mandam marcar em cima os bons pontapeadores que haja na equipa adversária, normalmente o médio de abertura (nº 10), às vezes também o defesa (nº 15) ou o médio de formação (nº 9)… Agora, realmente, só nos All Blacks é que, num dia assim, pode haver jogadores da avançada (o nº 8) que decidem tentar converter pontapés de ressalto àquela distância dos postes… e convertem-nos! Foi um jogo espectacular que terminou com 9 ensaios (6 neozelandeses e 3 ingleses), em contraste com o jogo fechado e táctico (só 1 ensaio) com que a África do Sul bateu a França na outra meia-final.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4I7XvYZ9sMugTWaUZNJoDYJWVYnU-MMGzZGOeoQNe1PPxxvFsrGdjx6gp1F6HG-6qs946l6Dom39C2Oqte3BxyC9v8xSviuuHv9Cn9tObGL02MN0e78YTT1Qq2uu3kJe-FhORyQ/s320/Mandela1995.jpg)
Desportivamente, o jogo não prestou para nada. Como aconteceu com os gregos na final Portugal – Grécia do Euro 2004 em futebol, também os sul-africanos adoptaram um dispositivo defensivo que estragou totalmente a espectacularidade do jogo, concebido para que a supremacia neozelandesa não pudesse sobressair. Jonah Lomu passou o jogo acompanhado de perto por três amigos sul-africanos que se precipitavam para ele ao mesmo tempo que ele recebia a bola… No fim, após prolongamento, a África do Sul ganhou o jogo, decidido a pontapés aos postes (5 a 4, nenhum ensaio...), a cerimónia final foi muito emocionante quando Mandela entregou a Taça a Pienaar (acima), mas ainda hoje penso que o título ficou mal entregue…
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNL2xQhdr91uLn2u0ySOm5Xxsu75mOR2_vnZ2qMApgXN0wCHCVj6reBpUJPMaKu_AtcD0szMQhdyIbB9nefHx7EbS1ItrrH6vr8cd0P4kBi1mYO_1vcb8VWDP2U1Q0XHwJMyoevQ/s320/TanaUmaga.jpg)
Notas Finais: Os Pumas são os jogadores da Selecção argentina, os All Blacks da neozelandesa e os Springboks da sul-africana. E continuo a contar-me entre os menos entendidos no râguebi que mantiveram a opinião que a prestação da selecção portuguesa neste Mundial nunca excedeu o que seria normal esperar dela, quer quanto aos resultados, com 4 derrotas, quer quanto às dimensões que elas assumiram (10-56, 13-108, 5-31 e 10-14). O resto é folclore.
Sem comentários:
Enviar um comentário