A propósito das notícias recentes, anunciando o previsível divórcio do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e da mulher, Cecília (abaixo), lembrei-me de outra antiga esposa de presidente francês que atravessou dois septenatos gozando do estatuto, mas sem mostrar a dignidade que, aparentemente, Cecília Sarkozy parece estar a demonstrar nestas circunstâncias, ao divorciar-se do marido, por muito que ele seja o presidente de França.
Refiro-me a Danielle Mitterrand (abaixo), esposa de François, o presidente de 1981 a 95, que veio a revelar no final do seu segundo mandato que possuía uma segunda família clandestina, além de uma filha ilegítima (e favorita), numa vivência semi-pública que contava desde há muito com a conivência ampla da comunicação social francesa para cobrir da opinião pública esse facto, mesmo antes da sua permanência no Palácio do Eliseu.
Essa conivência inqualificável, que deixava a família oficial (a começar pela esposa legal...) em muito maus lençóis em termos de imagem, parece ter-se prolongado até hoje, na protecção ainda dada pela mesma comunicação social à imagem pública de Danielle Mitterrand. Parece-se querer esquecer como ela usufruiu de uma imagem de primeira-dama numa perspectiva descaradamente utilitária, numa verticalidade de atitude que me suscita muitas dúvidas, pelo interesseirismo descarado que demonstrou, até me deixar dúvidas se por dama ela mereceria ser tratada…
Bem fizeram os norte-americanos quando, numa visita oficial a Washington (acima), onde Danielle criou o embrião de um incidente diplomático ao recusar-se a aceitar as regras de segurança numa das visitas sociais do programa*, deixaram o protocolo francês com a criança nos braços, recusando-se a apresentar qualquer desculpa. Nesse mundo da segurança dos poderosos, habituado a conhecê-los de perto, quem quiser exigir respeito, também tem que se dar ao respeito…
Essa conivência inqualificável, que deixava a família oficial (a começar pela esposa legal...) em muito maus lençóis em termos de imagem, parece ter-se prolongado até hoje, na protecção ainda dada pela mesma comunicação social à imagem pública de Danielle Mitterrand. Parece-se querer esquecer como ela usufruiu de uma imagem de primeira-dama numa perspectiva descaradamente utilitária, numa verticalidade de atitude que me suscita muitas dúvidas, pelo interesseirismo descarado que demonstrou, até me deixar dúvidas se por dama ela mereceria ser tratada…
Bem fizeram os norte-americanos quando, numa visita oficial a Washington (acima), onde Danielle criou o embrião de um incidente diplomático ao recusar-se a aceitar as regras de segurança numa das visitas sociais do programa*, deixaram o protocolo francês com a criança nos braços, recusando-se a apresentar qualquer desculpa. Nesse mundo da segurança dos poderosos, habituado a conhecê-los de perto, quem quiser exigir respeito, também tem que se dar ao respeito…
* Se bem recordo, o edifício a visitar tinha um dispositivo de segurança com um detector de metais, a que Danielle se recusou submeter por ter um aparelho cardíaco, recusando-se depois também a ser revistada por uma agente feminina – previsivelmente por se considerar pessoa conhecida. Não houve visita, não houve desculpas norte-americanas e... não houve melindres franceses – a vida pessoal do presidente francês num artigo do Washington Post teria sido cá um furo noticioso!...
Mas a senhora Mitterrand também não escapou à fama (sobre o proveito, nada sei) de intimidades com um amigo e conselheiro de François, de seu nome Regis Debray.
ResponderEliminarMuito me conta, Carteiro, mas esclareça-me: há uma certa diferença de idades nesse hipotético casal, isso não poderia ser uma ligação platónica, que o Régis Debray é reputado por produzir ideias originais? Nem sempre interessantes, muitas vezes controversas, mas sempre originais?
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