Se uma entrevista da revista Visão terá tentado reaquecer João Cravinho e o assunto corrupção, outra entrevista no semanário O Sol (a Catalina Pestana) terá tentado fazer o mesmo à Casa Pia e ao assunto pedofilia. Só que o segundo tema é bastante mais vasto para se vir a cingir apenas a um, ou uma, protagonista. É por isso que vai faltando a paciência para aturar, mais uma vez, os esforços patéticos de figuras secundárias que se lhe associaram no seu esforço de promoção.
Assiste obviamente ao advogado Pedro Namora, que ontem conseguiu – qual milagre da ubiquidade – desdobrar-se, aparecendo quase simultaneamente em três canais de televisão (RTP 2, SIC – Notícias e RTP-N, pelos que me apercebi...), a liberdade de fazer pela vida, promovendo-se conforme as suas conveniências. Assiste-me, reciprocamente, o direito de desconfiar de um discurso onde o altruísmo em prol das crianças abusadas se continua a exprimir da mesma forma fluida, não substanciada, sempre nas mesmas oportunidades televisivas...
Servir de rampa de lançamento a uma notícia requentada de um órgão de comunicação da concorrência, relançando um figurante que não tinha visivelmente nada de novo para dizer, parece ser a prova que a dimensão da estupidez jornalística televisiva é mais vasta do que a criação de um directo com a cobertura da chegada a meio da noite de um treinador de futebol que também não tinha nada para dizer. Só que esse – ao contrário de Namora e do convidado em estúdio – nem queria dizer nada para a televisão…
Assiste obviamente ao advogado Pedro Namora, que ontem conseguiu – qual milagre da ubiquidade – desdobrar-se, aparecendo quase simultaneamente em três canais de televisão (RTP 2, SIC – Notícias e RTP-N, pelos que me apercebi...), a liberdade de fazer pela vida, promovendo-se conforme as suas conveniências. Assiste-me, reciprocamente, o direito de desconfiar de um discurso onde o altruísmo em prol das crianças abusadas se continua a exprimir da mesma forma fluida, não substanciada, sempre nas mesmas oportunidades televisivas...
Servir de rampa de lançamento a uma notícia requentada de um órgão de comunicação da concorrência, relançando um figurante que não tinha visivelmente nada de novo para dizer, parece ser a prova que a dimensão da estupidez jornalística televisiva é mais vasta do que a criação de um directo com a cobertura da chegada a meio da noite de um treinador de futebol que também não tinha nada para dizer. Só que esse – ao contrário de Namora e do convidado em estúdio – nem queria dizer nada para a televisão…
Concordo quase inteiramente, mas acho que é melhor "isto" do que o silêncio que conduz ao esquecimento.
ResponderEliminarE nunca será de mais insistir na vergonhosa e oportuna alteração que vai permitir que cinquenta abusos sobre a mesma vítima se tornem num único crime.
É o milagre da desmultiplicação dos crimes.
Por isso, é preferível falar no assunto, com ou sem "pestanejar"...