
É pouco conhecido no resto da Europa quanto o nacionalismo polaco assumiu aspectos de luta revolucionária clandestina armada durante aquele Século em que, depois de repartida pelos seus vizinhos (Rússia, Prússia e Áustria, acima), a Polónia não existiu como nação independente (1815-1918).

É assim que, acções equivalentes ao assalto à dependência do Banco de Portugal, que foi protagonizado por
Hermínio da Palma Inácio e o seu grupo em Maio de 1967 em Portugal (acima), não são na Polónia apreciadas com a mesma controvérsia como essas mesmas acções são consideradas entre nós.

Para a saga do nacionalismo polaco moderno, um dos momentos altos desse combate foi aquilo a que se veio a dar o nome de
Raid de Bezdany, um nome que não esclarece
à priori que se tratou de um gigantesco e cronometrado assalto a um comboio-correio que teve lugar na noite de 26 para 27 de Setembro de 1908.

Para a equipa composta por uma vintena de assaltantes patriotas era justificação bastante para o assalto o facto do montante roubado, avaliado então em cerca de 200 a 300.000 rublos (valor elevadíssimo, embora seja difícil estimar o equivalente actual) ser constituído por receitas fiscais obtidas na Polónia.

O que torna o evento único nos anais dos
Grandes Assaltos é a participação, para além da direcção, do
incontornável Józef Piłsudski (mais acima) e de três futuros primeiros-ministros polacos: de cima para baixo,
Walery Sławek (1930-31, 1935 e 1938),
Aleksander Prystor (1931-33) e
Tomasz Arciszewski (1944-47).

Aqui entre nós, já imaginaram
Mário Soares com uma meia de nylon na cabeça antes, e
Hermínio da Palma Inácio no Palácio de São Bento depois, do 25 de Abril?...
Mas que belo desarrincanço.
ResponderEliminarÉ por estas e por outras semelhantes que este é um dos meus blogues (poucos) preferidos.
Surprendente, quase sempre.
Cumprimentos
Folgo em ver que já recuperou a sua capacidade de comentar autonomamente - e certamente sabe que não escrevo isto por causa do teor amável do seu comentário...
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