Não deixa de ser irónico que a protagonista que corporiza a política externa alemã nos dias que correm seja Angela Merkel. Em 2005, recém-empossada no cargo de chancelerina, Angela terá querido dar de si uma imagem mais descontraída de si, considerada a sua condição de ossie¹, e prescindido de algumas engrenagens da enorme máquina multidisciplinar que enquadra e, de certo modo, controla o chefe do governo alemão.

Foi um erro. Desafiada, a
máquina da imagem apanhou-a numa cerimónia com uma mancha de suor debaixo do braço (acima, à esquerda) e deu a maior difusão mediática ao incidente, o que é curioso para um país onde os órgãos de comunicação costumam ser tão
cordatos nas relações com
o poder - alguém os
picou? Aliás, tratava-se de um incidente que, como se vê acima do lado direito, facilmente poderia ter sido resolvido com alguns retoques de
photoshop²…

Mas o incidente terá servido para definir as relações de poder entre a
protagonista e
a máquina. Submissa, Angela Merkel, que começou por ser uma discípula de Helmut Kohl,
mostrou-se boa aluna e alguém que aprende rapidamente…Como se percebe por este conjunto de poses das fotografias acima, que são mais simbólicas do que propriamente substantivas acerca daquilo a que me quero referir neste
poste…
¹ Pessoa originária da antiga Alemanha Oriental.² Programa de informática para tratamento de imagem.
Os tiques da ex-camarada Merkel ainda têm muito a ver com a rigidez das origens... e a cabeça também não mudou muito!
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