
Embora eu as achasse originalmente um retoque de sofisticação desnecessário, tenho que reconhecer que a adição de câmaras aos telemóveis está a ter uma influência significativa na forma como evoluiu a cobertura jornalística dos acontecimentos – constate-se isso com as
imagens recentes dos últimos momentos de Gaddafi depois de capturado. Mas que isso não nos faça esquecer que a novidade é apenas a exibição da barbárie e não a sua prática. O exemplo alternativo que aqui trago para o demonstrar é o do momento da captura de Patrice Lumumba no Congo em Dezembro de 1960.

Já aqui me havia referido
à independência do Congo da Bélgica e à pessoa de Patrice Lumumba, o líder do
MNC e o primeiro primeiro-ministro da nova nação independente que rapidamente mergulhou numa guerra civil depois disso. Também então
as potências europeias e os Estados Unidos apoiaram descaradamente uma das facções. Como se deduz pela multiplicidade de perspectivas, vários foto-jornalistas presenciaram a captura de Lumumba. Mas essa
publicidade não é suficiente para descansar o prisioneiro, cujo semblante preocupado se torna premonitório do fuzilamento que lhe está destinado…

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