23 outubro 2011

MEMÓRIAS E AMNÉSIAS: A EDUCAÇÃO NO ESTADO NOVO E NA ALEMANHA ORIENTAL – 1

Portugal tem a História do Século XX com que ficou. Metade desse Século, os 48 anos que vão de 1926 a 1974 são a História de um regime ditatorial, com uma ideologia de inspiração nitidamente fascista durante as duas primeiras décadas de existência, ideologia que depois teve de amenizar por causa da evolução do Mundo após o fim da Segunda Guerra Mundial, mas um regime que manteve sempre o seu cariz autoritário e anti-democrático até ao seu derrube. Hoje, em democracia, devem ser muito poucas e politicamente irrelevantes as opiniões que o defendem e/ou que simpatizam com o Estado Novo.
Por serem tão poucos, é a contragosto que ouço os apelos vindos dos seus adversários de outrora, pedindo que não apaguem a memória desses anos, como se o esquecimento desses tempos fosse um acto deliberado. Já agora, promovido por quem? É que eu registo o paradoxo engraçado de se situarem na mesma área política (quando não se tratam das mesmas pessoas…) os mais enérgicos memorialistas da história do fascismo em Portugal mas também os maiores amnésicos da história do comunismo no Mundo… E contudo, a História do período dos regimes totalitários do Século XX parece estar ainda por fazer.
Pouco importam os contorcionismos dialécticos daqueles que se mantêm na política activa. A verdade objectiva é que sempre houve muitos aspectos a aproximar os dois tipos de regimes e que o Estado Novo e a Espanha de Franco são duas ditaduras de tradição fascista que se sobrepõem durante quase 30 anos (1945-1974 ou 75) na Europa Ocidental às suas homólogas comunistas do Leste. Recuperando algumas fotografias temáticas (neste caso sobre a Educação na República Democrática Alemã) poder-se-ão ver muitas semelhanças entre aquilo que os comunistas aqui criticavam e lá consideravam ser muito positivo.

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