27 julho 2021

O PLANO QUE AINDA ESTÁ POR CONCLUIR

27 de Julho de 1946. O secretário de Estado norte-americano James F. Byrnes anunciava em conferência de imprensa em Washington que estava «concluído o plano para a partilha da Palestina». A História não se mostra muito simpática para Byrnes, que, aliás, só ocupou aquele cargo por ano e meio sob a presidência de Harry Truman, mas, neste caso, há que ser indulgente para com o seu optimismo ingénuo, que se veio a mostrar prematuro em - pelo menos - 75 anos. Ou, pelo menos, reconhecer que planos houve muitos: o que se tornou difícil foi implementá-los. À data, os técnicos batalhavam com os mapas da Palestina que mostravam a propriedade da terra em 1945 (ao centro - verde para árabes e vermelha para judeus) e também avaliavam as estimativas da população residente em 1946 (à direita - mais escuro para os judeus e mais claro para os árabes). A razão para a ingenuidade de Byrnes radicará provavelmente no parágrafo da notícia que sublinhei: «...esse plano tinha o apoio unânime dos delegados britânicos e americanos à conferência de Londres e fora igualmente aprovado pelo governo britânico.» Não se mencionam os árabes nem os judeus... Talvez devesse.

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