28 de Julho de 1941. A ofensiva alemã por terras russas, que começara no mês passado, prosseguia dinamicamente vitoriosa. A Wehrmacht aprestava-se a conquistar Smolensk. Estrategicamente, era ali que se estava a decidir o desfecho da Segunda Guerra Mundial. Havia outras notícias acessórias, a respeito da guerra que os britânicos travavam no Norte de África contra os italianos (e alguns alemães). E havia ainda outras notícias, que o próprio jornal classificava de «diversas», algumas delas mais interessantes do que aquela classificação deixaria supor, como esta que dá conta da prisão pelas autoridades suecas de «17 (militantes) comunistas (suecos), acusados de terem provocado a explosão de dois comboios que transportavam tropas alemãs para a Finlândia, no momento em que estavam parados numa estação sueca.» O conteúdo da notícia é bem mais interessante do que aquilo que o relato seco dos factos deixa transparecer. Torna-se evidente que, com a invasão alemã, os soviético accionaram as redes dos partidos comunistas "irmãos" - neste caso o sueco - para o desenvolvimento de acções clandestinas que sabotassem o esforço de guerra alemão. É ilegal, mas é tão ilegal quanto o facto de que a movimentação de tropas alemãs pelo seu território se tratava de uma violação consentida pelo governo sueco da sua própria neutralidade! Ou seja, e embora o jornal não o expressasse, ficavam todos muito mal na fotografia. Mas não seria o governo sueco, por muito social-democrata que fosse, que iria criar dificuldades a uns alemães que então pareciam em vias de ganhar a guerra. A história da neutralidade sueca durante a Segunda Guerra Mundial contém muitos pormenores manhosos como este. O que eles não tiveram, ao que me consta, foi um professor Fernando Rosas e uma escola de historiadores para apreciar os acontecimentos com a parcialidade política que por cá se pratica.
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