8 de Junho de 1969. Constituição do Governo Provisório Revolucionário da República do Vietname do Sul, uma metamorfose (com aspecto mais institucional) da Frente Nacional para a Libertação do Vietname, que a comunicação social norte-americana (e a do resto do Mundo, atrás dela) designava por os Vietcongs. Descobre-se neste gesto, paradoxalmente ou talvez não, uma inspiração francesa, a antiga potência colonial do Vietname. Como vimos neste blogue ainda há poucos dias, a proclamação de um governo provisório fora um expediente em tempo de guerra do general de Gaulle para lhe conferir uma pompa e circunstância reforçadas entre as populações e à mesa das negociações. Aqui a intenção era também essa (e foi conseguida na medida em que este governo foi reconhecido como parceiro nas negociações, a par dos governos dos dois Vietnames e dos Estados Unidos), mas as circunstâncias eram completamente outras: este governo não se destinava a prosperar, nunca deixou de estar sob o controle de Hanói, que não tolerava outra que não a narrativa da reunificação. Ao contrário daquele que o inspirara 25 anos antes, este governo provisório (e revolucionário) era um governo verdadeiramente provisório, no sentido que estava destinado a desaparecer depois de cumpridas as funções para que fora concebido. Instalado na povoação fronteiriça de Lộc Ninh (assinalada a vermelho no mapa abaixo), mesmo assim, o governo provisório (e revolucionário) não deixou de constituir uma certa inspiração entre movimentos guerrilheiros aparentados, caso da Guiné-Bissau em 1973, por exemplo.
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