13 junho 2019

OS VITALÍCIOS E OS TRUQUES DO COSTUME

A história decorreu toda à nossa frente. O mês passado, Mário Nogueira terá considerado que o seu partido lhe puxou o tapete debaixo dos pés. Agora, ainda a três anos da recondução, dá uma espécie de entrevista em que se arma em caro, um expediente recorrentemente usado pelos vitalícios em Portugal, aprecie-se para comparação a relutância de Pinto da Costa em 2003 (há dezasseis anos!) em permanecer como presidente do FC Porto, ele que lá continua, e cujas apostas, fortes, é que vai morrer a ocupar o cargo... Pelos vistos, o jornalista da Lusa que entrevistou Mário Nogueira acredita que com ele (Nogueira) vai ser certamente diferente, ao fim de trinta e tal anos o homem está mesmo com vontade de ensinar e que não vai aparecer uma vaga de fundo, patrocinada sabe-se lá por quem, pedindo-lhe que continue como sindicalista. Eu suponho que jornalismo, não se precipitando em processos de intenção, é também não publicar histórias tão imbecis quanto esta. A dinâmica da nossa sociedade tem uma outra argúcia: convém que o jornalismo a acompanhe.

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