24 de Junho de 1989. A União Soviética de Gorbachev não se distinguia da que a antecedera, da de Brejnev e Andropov, apenas pela questão da Perestroika (Reestruturação), porque a distinção, para quem viveu a época, se constatava sobretudo pela Glasnost (Transparência), de que as notícias acima de há trinta anos são um excelente exemplo. A União Soviética era um país como os outros, onde também existiam (como seria de esperar!) tensões sociais e étnicas. Neste caso, o relato envolve as tensões nas regiões sob domínio colonial da Ásia Central. Mesmo abandonando a nomenclatura colonial, chamando-as de republicas e sob a ficção de que permaneciam voluntariamente ligadas ao império russo, a verdade é que - como se constatava com a Glasnost - o comunismo nunca chegara a alterar o estatuto subalterno das populações daquela região, desde os tempos em que o império predecessor, o do czar, as havia conquistado. E elas reagiam mal. Mas a admissão de que esses problemas existiam, para mais quando admitidas pelo próprio Pravda, o jornal oficial do PCUS, tornavam-se num enorme embaraço para todas as estruturas comunistas obedientes a Moscovo (incluindo os jornais dos partidos satélites) que haviam passado as décadas anteriores elogiando acriticamente e omitindo compulsoriamente aquilo que de negativo lá acontecia.
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