Domingo, 17 de Fevereiro de 1935. Nesse dia houve eleições cá em Portugal mas não se pode dizer que tenha havido disputa eleitoral. Lendo a primeira página da edição desse dia do Diário de Lisboa até se pode deduzir que, sob a «Nova Ordem Constitucional», os eleitores concorriam às urnas para cumprir uma formalidade: a de «reeleger o sr. general Carmona para a Presidência da República». Era assim como uma formalidade que se cumpria e o que havia a noticiar era o civismo de como o acto eleitoral havia decorrido.
Mas também, admita-se que há oitenta e três anos os ritmos eram outros. O escrutínio dos votos, por exemplo, processava-se a ritmo tal que, nas edições dos dias seguintes do mesmo jornal, ainda não se computava qual o total do número de votos que haviam sido recebidos pelo candidato único. Candidato esse que, talvez por ter sido indisputado mas também por ter sido acometido de uma inoportuna gripe, só tomou posse dali por mais de dois meses (abaixo), numa cerimónia aonde compareceu viajando significativamente de caleche.
Se calhar, ainda estamos a dar uma ideia a Marcelo para a sua reeleição...
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