O Efeito Borboleta é um dos elementos constitutivos da Teoria do Caos mas costuma ser muito mais conhecido no formato metafórico como foi originalmente apresentado por Edward Lorenz (1917-2008): quaisquer características de um fenómeno atmosférico extremo como um tufão (momento da formação ou percurso que venha a assumir), podem ter sido influenciadas por perturbações insignificantes como o bater das asas de uma borboleta algumas semanas antes e do outro lado do Mundo. 6 de Fevereiro de 2006. Há doze anos a Sonae lançava uma OPA à Portugal Telecom. Na altura era uma incógnita que atitude adoptaria o Estado português. E demorou mais de um ano até que a operação fosse formalmente rejeitada na assembleia geral da PT, que teve lugar a 2 de Março de 2007. Belmiro de Azevedo aceitou mal o desfecho e não deixou de mostrar que considerava o primeiro-ministro de então, José Sócrates, responsável pelo fracasso da OPA, ao ter interferido com a operação. Aliás, o jornal Público, que até à recusa da OPA se mostrara benigno para com o governo, procedeu a partir daí a uma inflexão brusca de conduta a respeito do primeiro-ministro, que se concretizou, por exemplo, no escândalo das condições em que fora concluída a sua licenciatura (2007), na investigação feita por José António Cerejo a José Sócrates, a propósito da assinatura dos projectos de construção na Guarda (2008) ou ainda de irregularidades a respeito de uma empresa da mãe de Sócrates (2009). É que, não nos confundamos, o antagonismo entre José Sócrates e o Correio da Manhã é posterior a esses anos (é de 2013), já ele abandonara o poder e fora viver para Paris. Depois disso, e com a sua prisão preventiva, a situação de José Sócrates deixou de ser apenas do foro jornalístico (2014). A minha pergunta, provocada por esta data e evocando o tal efeito borboleta, é se aquela longínqua OPA da Sonae se tivesse porventura concretizado da forma que Belmiro de Azevedo gostaria, ou se Belmiro de Azevedo não tivesse atribuído a causa do seu fracasso à intervenção de José Sócrates, será que hoje saberíamos todos do grau de profunda amizade que Carlos Santos Silva nutre por José Sócrates?...
Interessante.
ResponderEliminarContudo, se Sócrates tivesse rumado a Bruxelas e o seu amigo engenheiro não tivesse transferido a fortuna da Suiça para Portugal, talvez tudo se tivesse mantido calmo.