01 maio 2017

VOCÊ COSTUMA AVALIAR OBJECTIVAMENTE A IMPORTÂNCIA DO QUE LHE NOTÍCIAM?

Se faço a pergunta que figura em título é porque há muitos anos, 87 para ser preciso, o dia 18 de Abril de 1930 calhou ser a Sexta-Feira Santa. E essa particular Sexta-Feira terá sido tão santa em Inglaterra que o noticiário radiofónico do fim da tarde da BBC (que era transmitido às 18H30) constou apenas das seguintes frases: «Boa Noite. Hoje é Sexta Feira santa. Não há notícias.» Seguiu-se a interpretação de uma pequena peça musical ao piano para ocupar o tempo que costumava ser dedicado à leitura das notícias que, por aquela vez, não havia. O episódio celebrizou-se depois e é recorrentemente evocado. Mas o motivo pelo qual nos rimos dele ou o tomamos para reflexão tem vindo a modificar-se subtilmente ao longo das décadas, à medida que o tempo passa e a informação se torna mais sofisticada.

Ou, para transportar a questão para o campo mais moderno e mais complexo das notícias sobre as (não) notícias e para uma (não) notícia concreta publicada hoje (1º de Maio de 2017): qual o propósito de transformar em notícia (no Expresso, no Observador, abaixo) uma opinião de Marques Mendes que é a mesma da que é subscrita pela esmagadora maioria da opinião pública? Que tal substituir tais cabeçalhos por um: «Boa Noite. Hoje é o 1º de Maio e ontem, como aliás tem sido costume e apesar da promoção incessante dos órgãos de informação do grupo da Impresa, Marques Mendes tornou a não dizer nada de interessante»?...

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