Como se outra demonstração fosse precisa, a deserção de inúmeros quadros da sua estrutura de apoio parece mostrar que a decisão de Nicolas Dupont-Aignan de apoiar Marine Le Pen para a segunda volta das eleições presidenciais não foi totalmente bem acolhida junto dos 1,7 milhões de eleitores que o haviam preferido nas eleições do Domingo passado. Haverá quem vote por Marine Le Pen e haverá quem prefira Macron, por muito que o homem (Dupont-Aignan) haja sido comprado com o hipotético cargo de primeiro ministro. Como tem sido tradicional, tanto em França como noutros países onde se realizam eleições a dois turnos, para o que verdadeiramente interessa (a contagem de votos nas urnas), uma esmagadora percentagem dos eleitores costuma decidir autonomamente ao barulho que se faz ouvir. É apenas do interesse mediático - e agora das redes sociais - explorar aquilo que cada candidato eliminado possa ter a dizer sobre os que ficaram e ir com isso enchendo os chouriços da campanha da segunda volta, onde a novidade dos discursos dos candidatos ainda em disputa já costuma estar um bocado desgastada. Mais concretamente, andar a beber as palavras de Jean-Luc Mélenchon para o defender ou para o atacar quanto ao que ele possa dizer onde se deve ir votar, num debate onde (já li por aí escrito nas redes sociais) já deixou de haver opiniões discordantes para se recuperar a fraseologia poeirenta das posições justas (versus as outras que serão injustas...), é chegar a um momento de infinito enfado: estes gajos da esquerda caduca não aprenderam nada do passado e continuam sem juízo nenhum! Quantos milhões pensam eles que serão arrebatados pelas inflexões semânticas das frases entretanto proferidas pelo candidato da extrema esquerda?...
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