Um fenómeno que tem também contribuído para uma certa pacificação da vida política portuguesa é a criação de uma proximidade no que são as expectativas dos governantes e as dos governados. Há as comuns, como a selecção e o Salvador, mas é claro que nem sempre as expectativas são as mesmas e nem sempre acreditamos que as expectativas são para aparecerem satisfeitas, como será o caso dos desejos manifestados hoje por Marcelo e Costa a respeito do comportamento futuro das agências de rating, em dois artigos publicados no Observador.
Mas é até o lirismo justiceiro daquilo que ali é desejado por eles acaba por aproximar o cidadão comum dos dois governantes, pois esperar uma justiça rectificativa da Moody's, da Standard & Poor's ou da Fitch assemelha-se a esperar que este mesmo Observador que publica esses desejos se atrevesse a despedir colaboradores prescientes como João Marques de Almeida (acima) ou então que a SIC Notícias transferisse aqueles programas infalíveis sobre economia de José Gomes Ferreira para as mesmas madrugadas profundas em que a estação transmitia os de José Pacheco Pereira.
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