Há quase precisamente um ano havia-me referido à previsível falência de Porto Rico. Um assunto que parecia não interessar praticamente a ninguém, nomeadamente àqueles que se interessavam sobremaneira sobre potenciais falências na Europa, especialmente algumas falências como a da Grécia, em particular, que humedecia os sonhos de José Manuel Fernandes em ver concretizar-se uma justiça divina sancionatória dos irresponsáveis que estoiravam o dinheiro e, ainda por cima, votavam nas pessoas pouco recomendáveis do Syriza. Mas isso agora já não interessa nada... Pelos vistos e quanto a Porto Rico, as coisas têm-se vindo a arrastar e só passado um ano algo se concretizou e, mesmo assim, a acreditar no que escreve o New York Times, não se trata de uma falência convencional, mas de um certo formato de falência. De qualquer modo, o montante em causa cifra-se nos 123 mil milhões de dólares entre dívida e obrigações para com pensionistas (o equivalente a 60% do PIB português, para dar uma ordem de grandeza) e tratar-se-á de um salto no desconhecido quanto aos efeitos que estes processos podem desencadear, já que a última grande falência institucional nos Estados Unidos foi o da cidade de Detroit envolvendo um montante sete vezes inferior (trocos, apenas 18 mil milhões de dólares). Vai ser assunto interessante mas difícil de acompanhar porque: a) desta vez, a culpa não é do Trump; b) nem dos maus: o Kim Jong Un, o Putin, o Assad ou o Erdogan; c) nem se passa na Europa e d) não rende, nem tem utilidade converter o problema de financeiro em ideológico.
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