Em exibição no Museu de Guerra de Bastogne (Bélgica), este livro chamou-me particularmente a atenção, apesar da (imerecida) discrição. Creio que a fotografia ainda o permite identificar como um daqueles enormes livros de contabilidade de outrora, grandes e solenes com as suas colunas do deve e do haver, que por anos e anos devem ter sintetizado os resultados da exploração de uma casa comercial da vila antes e durante a Guerra. Mas o que o torna digno de exibição não é nada disso, antes um enorme buraco ao centro, feito por alguma munição de artilharia que o atravessou quando estava aberto e, presume-se, a ser usado, por ocasião dos combates que se travaram por Bastogne em Dezembro de 1944. Dei-me a olhar para o livro, nesta altura em que «Bruxelas abre a porta à saída de Portugal do Procedimento por Défices Excessivos», e para o seu significado simbólico num outro tempo em que para «Bruxelas» e para a Europa, os problemas que se viviam eram muito diferentes de uma qualquer contabilização de défices ou superavites...
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