Se eu sei interpretar o gráfico acima e se o conjunto dos resultados das sondagens realizadas no Reino Unido são de fiar, então, desde o anúncio de surpresa da convocação de eleições no mês passado, registou-se um importante movimento popular de pessoas que desistiram da sua intenção de votar no UKIP para passarem a votar nos trabalhistas do Labour. De facto e se fizermos uma análise evolutiva, as intenções de voto neste último partido voltaram àquilo que haviam sido até à realização do referendo do Brexit (em meados de 2016) e subitamente - neste último mês - desapareceu de ampla parcela da comunicação social britânica o discurso sobre a inadequação e a contestação à liderança de Jeremyn Corbyn à frente do partido. Pelos vistos, desde o último mês e perante a perspectiva concreta de eleições os britânicos deixaram de se mostrar incomodados com o acentuado esquerdismo da liderança trabalhista que suscitaria a antipatia de muitos dos seus eleitores tradicionais, conforme era dado como adquirido pela opinião publicada. Ou é isso, ou então e como diriam vozes mais cepticas a respeito do rigor destas sondagens quando não há eleições à vista, é sempre bom que haja eleições de quando em vez, também para que a opinião publicada tenha que se ajustar a informar o que a opinião pública realmente pensa. Mas não restem dúvidas que o julgamento decisivo irá ser mesmo o das eleições de 8 de Junho próximo. Um julgamento duplo, acrescente-se, dos protagonistas políticos e dos protagonistas da informação (e das sondagens); da última vez, do referendo, foi um fiasco tanto para uns como para outros.
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