Sempre que se chega a esta época e se procede às convencionais eleições do Homem do Ano nunca me consigo esquecer do quanto a prática é antiga, do quanto a escolha tende a ser errática, muitas vezes inconsequente e quanto pode até tornar-se inconvenientemente caricata quando vista em retrospectiva: em 1938 a revista Time elegeu Adolf Hitler; eleito em 1938 não conviria reelegê-lo em 1939, quando se tornou de facto no Homem do Ano ao desencadear a Segunda Guerra Mundial. Jozef Stalin foi escolhido pela Time em 1942, quando a sua verdadeira consagração só teve lugar em 1945, ao controlar metade da Europa. Escolhê-lo nesse ano seria contudo minimizar o feito da vitória norte-americana. A História Universal actual regista-os como dois dos ditadores mais sanguinários do Século XX, característica que não é sequer sugerida em qualquer dos desenvolvimentos interiores das duas edições acima onde são nomeados.
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