Eu não posso ter a certeza, tal a subversão implícita dos poderes relativos dos intervenientes, se a citação acima de Jean-Claude Juncker estará correcta, mas dou-a por certa já que terá a chancela da AFP. Mas é tão evidente que, a haver desrespeito, ele se terá manifestado sobretudo da Europa para com a Grécia e não o contrário, que este despropósito argumentativo de Juncker me fez lembrar uma passagem de uma celebrada entrevista a um Adolf Hitler completamente inocente (protagonizado por Hermann José) em que, quando questionado porque havia invadido a Polónia (abaixo, aos 2:45), deu como resposta que era tudo mentira: A Polónia é que os havia invadido! Estavam quietos e a Polónia é que se veio anichar aos seus pés.
É que sem contraditório, é possível disparates colossais que até parecem fazer sentido. Respeitamos o sufrágio universal na Grécia, mas a Grécia também deve respeitar os outros, as opiniões públicas e os parlamentares do resto da Europa, acrescentou Juncker. No mesmo registo, esta caricatura de Adolf Hitler acima, poder-se-ia lamentar adicionalmente que, no processo de se anicharem, os polacos ainda haviam causado 16.000 mortos e 30.000 feridos entre as tropas alemãs...
A sério, conhecem-se hoje as manobras conspiratórias do antecessor de Juncker, Durão Barroso para, com aliados e adversários locais, derrubar George Papandreou, quando o primeiro-ministro grego de então teve a peregrina ideia de anunciar a convocação de um referendo sobre as condições associadas ao novo resgate da Grécia pela troika no Outono de 2011. Ignoro se seria um dos resultados ou até o princípio em si da soberania popular o que mais incomodaria Bruxelas nessa jogada de Papandreou, o que importa é que a um gesto destes chamar-se-á interferência descarada na política interna grega e creio não se ter dado por fenómeno equivalente e recíproco do poder político de Atenas em relação ao resto de Europa. Mas talvez o senhor Juncker possa explicar melhor à AFP em que sentido empregou o verbo respeitar...
A sério, conhecem-se hoje as manobras conspiratórias do antecessor de Juncker, Durão Barroso para, com aliados e adversários locais, derrubar George Papandreou, quando o primeiro-ministro grego de então teve a peregrina ideia de anunciar a convocação de um referendo sobre as condições associadas ao novo resgate da Grécia pela troika no Outono de 2011. Ignoro se seria um dos resultados ou até o princípio em si da soberania popular o que mais incomodaria Bruxelas nessa jogada de Papandreou, o que importa é que a um gesto destes chamar-se-á interferência descarada na política interna grega e creio não se ter dado por fenómeno equivalente e recíproco do poder político de Atenas em relação ao resto de Europa. Mas talvez o senhor Juncker possa explicar melhor à AFP em que sentido empregou o verbo respeitar...
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