Para quem se
lembrar de Pulp Fiction, um bom ministro das finanças tem que funcionar como o Wolf (Harvey Keitel). Para quem não se lembrar espalhei pelo poste alguns
vídeos com os momentos mais significativos do episódio, que começa quando um
dos dois assassinos, Vincent (John Travolta), rebenta inadvertidamente…
…os miolos de um comparsa numa corriqueira viagem
de automóvel. Assim começa uma encrenca para os dois executores (o outro
chama-se Jules – Samuel L. Jackson), passeando-se em pleno luz do dia dentro de
um carro exuberantemente ensanguentado ainda por cima com um cadáver decapitado
lá dentro.
Mesmo antes
da sua aparição, só a referência ao nome do Wolf parece ter o condão de misteriosamente
sossegar os espíritos, a que se juntou o de Jimmie (Quentin Tarantino), o dono
da casa onde apressadamente os outros dois haviam escondido o carro. Diga-se,
de passagem, que me recordo que a última meia dúzia…
…de
ministros das finanças em Portugal foram acolhidos de início com aquelas mesmas
expectativas e deferências que as mostradas para com o Wolf – Sousa Franco,
Pina Moura, Oliveira Martins, Manuela Ferreira Leite, Bagão Félix, Campos e
Cunha, Teixeira dos Santos, Vítor Gaspar – de qualquer das vezes é que era…
O Wolf lá
apareceu em casa de Jimmie, seguro de si e informado, impôs-se, deu as suas
ordens mas quem faça um balanço depois de ele desaparecer de cena ao volante de
um carro semi limpo, mascarado com mantas coloridas a tapar o sangue e o cadáver na
bagageira, apercebe-se que Wolf fez muito pouco além de...
…dar ordens
e fazer-se respeitar. Respeito! Quando ontem Vítor
Gaspar (Vítor Gaspar) se apresentou para comentar os resultados a sexta avaliação da troika já traz consigo
um histórico de previsões estrondosamente fracassadas. Que respeito suporá
ele que se atribui às suas previsões para as variáveis macro em 2013 ou 14?
16,4% de taxa de desemprego? Recuperação do crescimento a partir do segundo trimestre de 2013? Ou, como pergunta
um amigo meu, se ele se considera tão bom com os números porque é que não se dedica a
adivinhar os do totoloto para financiar o deficit?
Na mosca, como diriam os nossos "parentes" brasileiros.
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