22 novembro 2012

POSSÍVEIS EXPLICAÇÕES PARA O COLAPSO DA INFORMAÇÃO TRADICIONAL

Anteontem Vítor Gaspar informava-nos das suas previsões macroeconómicas para os próximos anos com o mesmo acolhimento que se dedica a uma daquelas tradicionais previsões do professor Marcelo ou Karamba. Ontem, aparecia em destaque uma entrevista àquele senhor etíope que dirige a delegação do FMI repuxando-se para título a sua opinião que Vítor Gaspar é muito impressionante. Vítor Gaspar foi a Berlim e as notícias faziam do homem o máximo, muito apreciado pelos alemães: Vítor Gaspar recolhe elogios e simpatia em Berlim. Hoje, o destaque vai para uma lista do Financial Times que o coloca a meio da tabela, no 10º lugar entre 19 titulares europeus das pastas das Finanças: Vítor Gaspar sobe no ranking dos ministros das Finanças do Financial Times¹. Colhidas aqui e ali, este conjunto parece mesmo a cortina de fumo atrás da qual se esconde aquela que será a verdadeira notícia: Desencadeou-se uma forte campanha mediática para melhorar a imagem do ministro das finanças. Desta ou doutra forma, nenhum órgão de comunicação social se dedicou até agora a este último tema. Valerá a pena eles serem instrumentos tão descarados de um jogo oriundo do poder? Será que não valerá também a pena informarem os destinatários desse jogo que ele está em curso? É que assim, depois não se estranhe a diminuição das audiências…     
 
¹ Independentemente relutância na aceitação da valia destes rankings, a bem do rigor, precise-se que Vítor Gaspar subiu apenas do 12º para o 10º lugar, e não espectacularmente do 18º para o 10º, como se escreve na notícia de hoje do Jornal de Negócios… que se pode desmentir com a notícia desse mesmo Jornal de Negócios do ano passado. O jornalista Paulo Moutinho nem consultou o arquivo do próprio jornal!

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