Anteontem
Vítor Gaspar informava-nos das suas previsões macroeconómicas para os próximos anos com
o mesmo acolhimento que se dedica a uma daquelas tradicionais previsões do professor Marcelo ou Karamba. Ontem, aparecia em destaque uma entrevista àquele senhor etíope que dirige
a delegação do FMI repuxando-se para título a sua opinião que Vítor Gaspar é muito impressionante. Vítor Gaspar foi a Berlim e as notícias faziam do homem o
máximo, muito apreciado pelos alemães: Vítor Gaspar recolhe elogios e simpatia em Berlim. Hoje, o destaque vai para uma lista do Financial Times que o
coloca a meio da tabela, no 10º lugar entre 19 titulares europeus das pastas
das Finanças: Vítor Gaspar sobe no ranking dos ministros das Finanças do Financial Times¹. Colhidas aqui e ali, este conjunto parece mesmo a cortina de fumo atrás
da qual se esconde aquela que será a verdadeira notícia: Desencadeou-se uma forte campanha mediática para melhorar a imagem do ministro
das finanças. Desta ou doutra forma, nenhum órgão de comunicação social se
dedicou até agora a este último tema. Valerá a pena eles serem instrumentos tão descarados de um jogo
oriundo do poder? Será que não valerá também a pena informarem os destinatários
desse jogo que ele está em curso? É que assim, depois não se estranhe a diminuição das
audiências…
¹ Independentemente relutância na
aceitação da valia destes rankings, a bem do rigor, precise-se que Vítor Gaspar subiu apenas
do 12º para o 10º lugar, e não espectacularmente do 18º para o 10º, como se
escreve na notícia de hoje do Jornal de Negócios… que se pode desmentir com a notícia desse mesmo Jornal de Negócios do ano passado. O jornalista Paulo Moutinho nem consultou o arquivo do próprio jornal!
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