Pelos vistos, Henrique Monteiro tem uma crónica regular no Expresso a que
deu o imaginativo título de Chamem-me o que quiserem. O título deste poste é a
minha resposta a esse convite a propósito da última crónica que ele dedicou à desigualdade da justiça com os
exemplos de Duarte Lima, Vale e Azevedo e Isaltino de Morais (abaixo). Que, das razões
para tal desigualdade não lhe tenha ocorrido referir-se por uma vez que fosse à cobertura mediática dada
pela própria comunicação social aos casos por si escolhidos é trivial: lá diz o
ditado que ninguém vê o argueiro no seu olho. Mas que, no caso concreto de
Vale e Azevedo, a sua redacção seja Foi encarcerado
na Penitenciária e, de imediato, se queixou da falta de condições da cela (2º parágrafo abaixo) já considero excessivo. Mesmo para Henrique
Monteiro…
Para os imbecis e para Henrique Monteiro
é sempre difícil abordar as questões em abstracto, compreender uma doutrina. Tal
obtusidade, de tradicional, não mereceria este poste. Mas aquilo de que ele
fala quando de Vale e Azevedo é concreto: um prisioneiro que chega à cela e como a esmagadora maioria
dos que o precederam e dos que lhe sucederão, quase para fazer conversa,
queixa-se das condições da sua detenção. O que tornará este episódio desigual não
é o sistema judicial como Henrique Monteiro pretenderá sugerir, mas o aparelho da
informação de que ele faz parte que amplifica os queixumes de Vale e Azevedo como
o não fez às centenas de detidos que deram entrada numa cela, só para citar os deste ano. No
exemplo que descreve, o elemento de injustiça é da responsabilidade da sua própria
classe. Será isto tão difícil de perceber?...
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