10 novembro 2012

O QUE INTERESSA ÀS TELEVISÕES QUE NOS INTERESSE

O objecto acima dependurado é hoje imediatamente reconhecível em todo o Mundo*. Star Trek (e a sua nave) tornaram-se na série de culto de ficção científica mais popular dos Estados Unidos com convenções e tudo. Mas reza a história que ele esteve para não sobreviver ao primeiro ano de exibição (1966-67) quando a sua popularidade a posicionava em 52º lugar entre 94 séries televisivas. E terá sido mais por palpite do que pelas regras do negócio que o executivo responsável da NBC a resolveu manter no ar por mais dois anos.
 
A televisão de modelo comercial norte-americana não existe para produzir obras de arte, nem para atender aos gostos de segmentos minoritários da audiência, nem tão pouco para a deixar esclarecida quanto às evoluções da situação política. Nestas recentes eleições presidenciais, sabia-se que o desfecho iria ser decidido pelos resultados numa dezena de estados marginais. Mais: que, para vencer, o candidato republicano teria que vencer em todos ou em quase todos aquele estados, o que, pelas sondagens, se reconhecia ser muito improvável.
 
Mas não era isso que impedia que, quando se sintonizasse as cadeias televisivas (nacionais e nativas) na noite eleitoral se encontrasse um ambiente de pré-competição desportiva, no estilo está tudo em aberto para que houvesse mais emoção no ar.  Informativamente, entre o rigor e o espectáculo, é um axioma dos homens da televisão que o segundo produz muito mais audiência. Afinal, o interesse publicitário é deixar-nos pregados em frente ao televisor e não tirarmos facilmente as nossas conclusões, desligarmos o aparelho e irmos dormir…  

* Trata-se da maquete original da USS Enterprise (NCC-1701).

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