O objecto acima dependurado é hoje imediatamente reconhecível
em todo o Mundo*. Star Trek (e a sua nave) tornaram-se na série de culto de ficção científica mais popular dos Estados Unidos com convenções e tudo.
Mas reza a história que ele esteve para não sobreviver ao primeiro ano de
exibição (1966-67) quando a sua popularidade a posicionava em 52º lugar entre
94 séries televisivas. E terá sido mais por palpite do que pelas regras do
negócio que o executivo responsável da NBC a resolveu manter no ar por mais
dois anos.
A televisão de modelo comercial norte-americana não
existe para produzir obras de arte, nem para atender aos gostos de segmentos minoritários
da audiência, nem tão pouco para a deixar esclarecida quanto às evoluções da
situação política. Nestas recentes eleições presidenciais, sabia-se que o desfecho iria ser decidido pelos resultados numa dezena de estados marginais. Mais: que, para vencer, o candidato republicano teria que vencer em
todos ou em quase todos aquele estados, o que, pelas sondagens, se reconhecia ser
muito improvável.
Mas não era isso que impedia que, quando se sintonizasse as
cadeias televisivas (nacionais e nativas) na noite eleitoral se encontrasse um
ambiente de pré-competição desportiva, no estilo está tudo em aberto para que
houvesse mais emoção no ar. Informativamente, entre o rigor e o
espectáculo, é um axioma dos homens da televisão que o segundo produz muito
mais audiência. Afinal, o interesse publicitário é deixar-nos pregados em frente
ao televisor e não tirarmos facilmente as nossas conclusões, desligarmos o
aparelho e irmos dormir…
* Trata-se da maquete original da USS Enterprise (NCC-1701).
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