08 novembro 2012

MESMO SE EU TIVESSE VINHO…

– Eu não tenho dotes oratórios. (Apoiado! Apoiado!) Eu não tenho hips! …não tenho palavras – Eu não tenho vinho! – mas tenho uma coisa cá dentro urrps!... (Isso não será ar na canalização?) …sinto uma coisa cá dentro que deve ser sastifação porquós preciosos enlaces que se realizam neste dia que eu desejo que se repiih! …repitam por muitos anos e bons! (aqui, a partir dos 4:20)    
 
Mesmo sem ter o reconhecimento de um Padre António Vieira, o actor Manuel Santos Carvalho (acima) tem o seu lugar na oratória portuguesa do Século XX. A sua incapacidade para a concretização verbal do lirismo extremo das situações em que toma a palavra (incapacidade essa que é reconhecida pelo próprio e pelos circundantes aos gritos de Apoiado!) e que é de imediato afogada em vinho (daí a impossibilidade de discursar de copo seco), é um marco histórico de um certo estilo de que me lembrei ao ler esta referência ao sétimo aniversário do Herdeiro de Aécio no blogue Âncoras e Nefelibatas. É que é um gesto tão simpático que eu não tenho palavras… e mesmo se tivesse o vinho que socorria Santos Carvalho creio que continuaria a não estar – fora os soluços... –  à altura de agradecer devidamente os elogios do poste de V. Rodrigues.        

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