Gosto da fotografia deste estuário e gosto da simbologia
da enorme curva que o rio descreve antes de chegar ao mar num traçado que se
adivinha já ter sido muito diferente e que decerto continuará a mudar com os
tempos. Gosto da aparente placidez das águas que deslizam numa imagem onde não
conseguimos precisar dimensões – qual é a altitude do morro que bordeja a foz? Quando
leio o anúncio de Vítor Gaspar, antecipando que decorrerão décadas antes de Portugal atingir as metas de endividamento, parece-me ouvir um (mau) especialista em
hidrografia a justificar porque é que o trajecto deste rio só pode ser aquele e
manter-se assim…
Sobre
planos de pagamentos internacionais que se estendem por décadas vale a pena
evocar o Plano Young, concebido em 1929 para que a Alemanha pagasse as suas dívidas
de Guerra (da Primeira Guerra Mundial 1914-18), que se estendia por 59 anos e
terminava em 1988! É claro que a Alemanha não pagou, envolveu-se noutra Guerra
(1939-45), foi derrotada, foi destruída, continuou a não pagar, a sua parcela ocidental
até recebeu ajuda ao abrigo do Plano Marshall, mas torna-se irresistível não aproveitar
a coincidência das datas para ironizar que foi só depois da liquidação integral das dívidas
(1988) que se deu o Die Wende (1989) e a Reunificação.
Caro António
ResponderEliminarOra aqui está um conjunto de factos importantes que conviria o Passos Coelho saber, para os relembrar á senhora Merkel na próxima segunda feira. Um abraço
Pedro Cabral