04 maio 2011

UMA IDEIA À CARRAPATOSO

António Carrapatoso é uma figura conhecida por se querer meter na política. Pretendendo ter ideias, nem sempre boas. Como se podia ler num artigo seu de há cinco anos atrás no Diário Económico (entretanto apagado), que chegou a suscitar-me um poste, as ideias do antigo promotor do Compromisso Portugal agora coordenador do Mais Sociedade até podem ser inconsistentes na substância mas são sempre notoriamente dinâmicas na aparência.

Que lhe importará, por exemplo, que, com esta sua proposta para a plena responsabilização dos governantes se faça correr um risco sério que se acabe com o tradicional equilíbrio dos poderes do Estado, prevalecendo o poder judicial (não eleito) sobre o poder executivo? Ocorreu-lhe? Duvido. O que parece importar é mostrar que a ideia tem dinâmica, não que ela seja exequível e muito menos reflectir sobre quais poderão ser as suas consequências políticas…
Mas, se António Carrapatoso é suficientemente inconsciente para publicitar (haja quem o faça!) aquelas coisas que lhe terão passado pela cabeça numa 4ª Feira de manhã enquanto fazia a barba, porque não publicitar também eu algumas soluções expeditas a respeito do aparelho judicial que me ocorreram a propósito desta notícia da confirmação pelo Supremo Tribunal da sentença de dois anos de prisão efectiva para Isaltino de Morais?

Então é assim: quando o réu for um figurão do género de Isaltino de Morais, arrancam-se logo com os julgamentos e recursos desse mesmo réu nos Tribunais das várias instâncias (Ordinário, da Relação e Supremo) e também no Constitucional para ir adiantando caminho, que os julgamentos desses réus envolvem-nos sempre, se não for de uma parte, é da outra. Para que, quando o réu no final começar a cumprir a sentença, ainda nos lembremos porquê…

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