Um dos efeitos mais dramáticos dos grandes conflitos do Século XX está para além do elevado número de mortos que causaram. Para as famílias dos soldados desaparecidos sempre se colocou a questão do seu destino e/ou da localização dos seus restos mortais. A fotografia acima mostra-nos prisioneiros britânicos a tentar identificar os seus camaradas mortos a partir dos seus pertences, sob supervisão de um graduado alemão que tira notas, durante uma fase da Batalha de Passchendaele em 1917, em plena Primeira Guerra Mundial.
Por causa do poder de fogo da artilharia, a Primeira Guerra Mundial notabilizou-se por ter criado centenas de milhares de cadáveres impossíveis de identificar, alguns dos quais foram posteriormente transladados para Monumentos apropriadamente dedicados ao Soldado Desconhecido (acima, um desses Monumentos, o situado na Mosteiro da Batalha). Os militares encarregaram-se de difundir um processo criado nos finais do Século XIX que facilitava a identificação dos restos mortais e evitasse tantos soldados desconhecidos.
Ao começar a Segunda Guerra Mundial já quase todos os exércitos ocidentais haviam adoptado o sistema das chapas de identificação (acima). Usava-se ao pescoço, o seu uso era obrigatório e era constituído por um par de chapas (ou por uma que se pudesse dividir) onde constavam os elementos essenciais de identificação do proprietário como o seu nome e número mecanográfico. Em caso de falecimento, uma das chapas (ou uma das metades) ficava com o corpo identificando-o, o resto constituía como que um comprovativo do óbito.
A excepção entre os grandes beligerantes europeus era a União Soviética. Aí, o Estado soviético nem sequer se responsabilizava por informar os familiares dos combatentes da sua sorte. Por contraste, o Partido Comunista tinha essa preocupação de informar as famílias quando os seus membros (acima, o cartão de filiado de Estaline em 1936) tombavam em combate. Por causa disso, o número de militantes do partido mais do que triplicou entre 1939 (quando havia 1,9 milhões de membros¹) e o final da Guerra em 1945 (6 milhões).
Mas a admissão como membro do PCUS era um processo selectivo que podia abranger parte dos oficiais e uma minoria de sargentos mas que excluía as praças. Os soldados do Exército Vermelho desenvolveram então uma outra forma de se identificarem em caso de azar. Dentro da protecção de um cartucho de bala vazio (acima), guardava-se um pequeno rolo de papel com a identificação e alguns desejos finais. Alguns desses rolos – a maioria nunca foi usada, felizmente – enfeitam hoje os Museus dedicados à Grande Guerra Patriótica.
¹ Entre 1933 e 1939, por causa das purgas, o número de militantes comunistas soviéticos baixara de 3,5 para 1,9 milhões.
Por causa do poder de fogo da artilharia, a Primeira Guerra Mundial notabilizou-se por ter criado centenas de milhares de cadáveres impossíveis de identificar, alguns dos quais foram posteriormente transladados para Monumentos apropriadamente dedicados ao Soldado Desconhecido (acima, um desses Monumentos, o situado na Mosteiro da Batalha). Os militares encarregaram-se de difundir um processo criado nos finais do Século XIX que facilitava a identificação dos restos mortais e evitasse tantos soldados desconhecidos.
Ao começar a Segunda Guerra Mundial já quase todos os exércitos ocidentais haviam adoptado o sistema das chapas de identificação (acima). Usava-se ao pescoço, o seu uso era obrigatório e era constituído por um par de chapas (ou por uma que se pudesse dividir) onde constavam os elementos essenciais de identificação do proprietário como o seu nome e número mecanográfico. Em caso de falecimento, uma das chapas (ou uma das metades) ficava com o corpo identificando-o, o resto constituía como que um comprovativo do óbito.
A excepção entre os grandes beligerantes europeus era a União Soviética. Aí, o Estado soviético nem sequer se responsabilizava por informar os familiares dos combatentes da sua sorte. Por contraste, o Partido Comunista tinha essa preocupação de informar as famílias quando os seus membros (acima, o cartão de filiado de Estaline em 1936) tombavam em combate. Por causa disso, o número de militantes do partido mais do que triplicou entre 1939 (quando havia 1,9 milhões de membros¹) e o final da Guerra em 1945 (6 milhões).
Mas a admissão como membro do PCUS era um processo selectivo que podia abranger parte dos oficiais e uma minoria de sargentos mas que excluía as praças. Os soldados do Exército Vermelho desenvolveram então uma outra forma de se identificarem em caso de azar. Dentro da protecção de um cartucho de bala vazio (acima), guardava-se um pequeno rolo de papel com a identificação e alguns desejos finais. Alguns desses rolos – a maioria nunca foi usada, felizmente – enfeitam hoje os Museus dedicados à Grande Guerra Patriótica.
¹ Entre 1933 e 1939, por causa das purgas, o número de militantes comunistas soviéticos baixara de 3,5 para 1,9 milhões.
Sem comentários:
Enviar um comentário