19 julho 2007

RUI RIO

Percebe-se bem como existe um enorme clã que não gosta de Rui Rio e como esse clã tem capacidade de expressão e não perde ocasião de lhe malhar em público, mas, ao proferir declarações especificando claramente que considerava que não se verificava uma situação extrema que o levasse a interromper o seu mandato autárquico, percebe-se como é nestas ocasiões que Rio se afirma por ter um estilo seu, distinto.
Na coreografia habitual das declarações públicas de políticos nacionais, Rui Rio fica com a reputação de não sacar muitos votos pelo método meloso tradicional mas, dando-se ao respeito, talvez os saque à sua maneira – como Jorge Nuno Pinto da Costa terá descoberto, à sua própria custa… Mais do que isso, dentro do PSD dever-se-ia saber que copiar na oposição o modelo do que está no governo nunca compensa…
Basta recordar como no PS, depois das eleições de 1985, se terem convencido que eleger economistas era o que estava a dar e catapultaram Vítor Constâncio para o lugar de secretário-geral para este levar um banho dois anos depois*… Ora, de que serve agora ao PSD apresentar uma personalidade autoritária, no limiar do despótico, a dirigi-lo, quando o PS, além de estar no governo, está tão bem servido a esse respeito?

* As eleições legislativas foram precisamente há 20 anos, a 19 de Julho de 1987 - afluência de 71,5%... O PSD (com Cavaco Silva) recebeu 50,2% dos votos e elegeu 148 deputados enquanto o PS (com Constâncio) teve 22,1% e elegeu 60…

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