Francisco I (1494-1547), rei de França desde 1515, podia dizer no seu leito de morte que, tirando o facto de não compreender o seu filho Henrique, fora alguém a quem a vida lhe correra particularmente bem. Pertencendo a um ramo colateral da casa real francesa, só um encadeamento especial de acontecimentos o poderia levar a herdar o trono. Sua mãe, Luísa de Sabóia, que enviuvara de seu pai, Carlos de Orleães, quando Francisco tinha apenas dois anos, consagrara o resto da sua vida estragando o filho com mimos, apostando na eventualidade de ele vir a tornar-se rei de França.
Carlos VIII, que fora o único dos cinco filhos de Luís XI (1423-1483) a sobreviver-lhe, morreu acidentalmente em 1498, com apenas 28 anos, sem descendência, depois de ter dado uma descomunal cabeçada num lintel de pedra… Só que o primeiro herdeiro colateral ao trono era o cunhado mais velho de Luísa, Luís de Orleães, que se torna rei com o nome de Luís XII (1462-1515). Ao subir ao trono, com 36 anos, Luís XII anulou um casamento anterior sem filhos e casou com Ana da Bretanha de quem teve 6 filhos, mas onde apenas duas filhas sobreviveram à infância*. A rainha veio a morrer em 1514.
As expectativas entusiasmadas de Luísa de Sabóia sofreram novo abalo quando o rei, ainda no mesmo ano em que enviuvou, se veio ainda a casar aos 52 anos com Maria Tudor, irmã de Henrique VIII de Inglaterra. Mas Luís XII encontrava-se já muito doente e não estava destinado a durar muito mais, tendo chamado o sobrinho (e genro, pelo casamento de Francisco I com a filha Cláudia da Bretanha) para lhe anunciar a previsível sucessão. Pouco tempo depois Luís XII veio a morrer e o ambiente no castelo onde Luísa morava não era propriamente de pesar: O meu filho, o meu César, é rei!Conhecendo este ambiente indulgente que rodeava Francisco I, de quem foi levado a crer que nascera debaixo de uma boa estrela e que valia sempre a pena desafiar a sorte, é mais fácil perceber todas as peripécias posteriores do seu reinado e qual dos dois retratos deste poste que mais será fiel ao seu retrato psicológico. Qual o mais ensaiado e qual o mais genuíno? O retrato de cima é de Jean Clouet (1480-1541) – pai de François, autor de Senhora no Banho, de que já aqui falei – e está datado de 1535, enquanto o de baixo foi pintado em 1534 e é da autoria de Joos de Cléves (1484 ou 1485 – 1540).
As expectativas entusiasmadas de Luísa de Sabóia sofreram novo abalo quando o rei, ainda no mesmo ano em que enviuvou, se veio ainda a casar aos 52 anos com Maria Tudor, irmã de Henrique VIII de Inglaterra. Mas Luís XII encontrava-se já muito doente e não estava destinado a durar muito mais, tendo chamado o sobrinho (e genro, pelo casamento de Francisco I com a filha Cláudia da Bretanha) para lhe anunciar a previsível sucessão. Pouco tempo depois Luís XII veio a morrer e o ambiente no castelo onde Luísa morava não era propriamente de pesar: O meu filho, o meu César, é rei!Conhecendo este ambiente indulgente que rodeava Francisco I, de quem foi levado a crer que nascera debaixo de uma boa estrela e que valia sempre a pena desafiar a sorte, é mais fácil perceber todas as peripécias posteriores do seu reinado e qual dos dois retratos deste poste que mais será fiel ao seu retrato psicológico. Qual o mais ensaiado e qual o mais genuíno? O retrato de cima é de Jean Clouet (1480-1541) – pai de François, autor de Senhora no Banho, de que já aqui falei – e está datado de 1535, enquanto o de baixo foi pintado em 1534 e é da autoria de Joos de Cléves (1484 ou 1485 – 1540).
* Pela Lei Sálica em vigor em França os direitos de sucessão não podiam ser transmitidos por via feminina.
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