30 maio 2021

O DESASTRE DO VOO VIASA 897

30 de Maio de 1961. Um desastre aéreo ocorrido sobre o mar mas a uma curta distância de Lisboa impressionara e dominava o panorama noticioso desses dias. Como era então prática, o voo da Viasa (companhia aérea venezuelana) começara em Roma e fizera escala em Madrid, antes de aterrar em Lisboa, recolhendo passageiros, para depois realizar a verdadeira ligação transatlântica para Caracas, com uma escala intermédia no aeroporto de Santa Maria, nos Açores. O aparelho, um Douglas DC-8 idêntico ao da fotografia acima, era novíssimo - tinha apenas 209 horas de voo. Quando descolou do aeroporto da Portela, às 1H15 da manhã, levava 61 pessoas a bordo: 47 passageiros e 14 tripulantes. Não foi longe. Cerca de 5 minutos despenhava-se no mar, a 3 km da praia da Fonte da Telha na Costa da Caparica. Não houve sobreviventes e não se conseguiram apurar as causas para o acidente. Mas eram os primeiros casos que envolviam aviões desta envergadura, transportando muitas dezenas de passageiros e tripulantes. O facto de ter ocorrido praticamente à vista de terra acrescentava consternação ao que acontecera, para mais quando, entre os passageiros, se contavam os primeiros casos de emigrantes portugueses abonados que faziam a viagem para a Venezuela de avião. Os jornais do dia seguinte continuavam a dar expressão ao desastre com o título pungente «O mar continua a arremessar pedaços de corpos e fragmentos do avião que explodiu a sul da Caparica».

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