27 de Maio de 1941. Afundamento do Bismarck. Tratou-se de uma acção naval medianamente importante (veja-se abaixo o mapa do percurso da incursão do couraçado alemão pelo Atlântico), mas que os ingleses conseguiram, ainda por cima, transformar na novela de propaganda ideal, no momento conveniente, com o apropriado final feliz - o seu afundamento como justa retribuição de ter afundado um grande navio britânico, o HMS Hood, três dias antes. Há muitas pessoas que, mesmo não estando familiarizadas com os detalhes dos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, conhecem, ainda assim, este episódio do afundamento do Bismarck, mercê da publicidade que lhe foi dado.
Contudo, fosse a questão de fundo verdadeiramente de cariz naval, da ameaça que o grande navio alemão representaria para a supremacia britânica sobre os mares, então uma outra réplica do Bismarck teria de ter sido uma ameaça equivalente. Porém, quase ninguém conhece a existência do outro irmão gémeo do Bismarck, o Tirpitz, couraçado (que devia ser) igualmente poderoso e igualmente ameaçador, mas que terminou os seus dias escondido e encurralado num fiorde norueguês em 12 de Novembro de 1944, como aqui já dei conta no Herdeiro de Aécio. O afundamento do Bismarck tornou-se importante porque permitiu fazer esquecer que os britânicos estavam a ser escorraçados de Creta - cada vez que tentavam intervir directamente no continente, levavam um enxerto de porrada.
É o que se chama manobras de diversão.
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