05 maio 2021

A MORTE DE NAPOLEÃO BONAPARTE

5 de Maio de 1821. Há duzentos anos Napoleão morria desterrado em Santa Helena. É engraçado que, tendo lido alguns - aquilo que considero um número razoável... - livros a respeito do período napoleónico, foi só muito recentemente que me dispus a ler uma biografia sua - porventura um dos temas mais petulantemente emblemáticos de uma certa erudição histórica... e gostei bastante desta versão do anglo-polaco Adam Zamoyski, de quem eu já lera outras obras do mesmo período - «Moscow 1812: Napoleon's Fatal March» e «Rites of Peace, The fall of Napoleon & the Congress of Vienna». Não restam dúvidas que Napoleão Bonaparte foi uma personagem fascinante. A narrativa de Zamoyski corta cerce a reputação que se construiu a respeito do seu génio militar, mostrando que a superioridade do exército francês era táctica e de toda a organização: houve muitas vitórias francesas obtidas sob o comando de muitos outros generais. O que notabilizava as obtidas por Napoleão (pelo menos, ao início) era a promoção que lhes era dada junto das populações que lhe granjearam a popularidade. Daí os ciúmes e o despeito daqueles seus pares que haviam alcançado o seu estatuto ainda sem ser sob o comando e que se consideravam seus iguais (Bernadotte veio a tornar-se rei da Suécia). Além disso (e Zamoyski afirma-o taxativamente) Napoleão era um estratega medíocre. É por o ser que se enreda no problema da invasão da Rússia em 1812. Caiu porque se conduziu de uma forma que agregou uma coligação contra si que era impossível de vencer. As potências tentaram afastá-lo uma primeira vez de uma maneira soft, exilando-o na ilha de Elba, com uma vida aceitavelmente pacata (1814). Furou o esquema. Traiu a palavra. Os britânicos exilaram-no segunda vez no Sul do Atlântico, mas aí deram-lhe uma vida de merda. Morreu há precisamente duzentos anos com 51 de idade - uma vida cheia.

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