26 março 2018

OS PROBLEMAS POLÍTICOS DE INTERPRETAR CANÇÕES NUM «DIALECTO»...

26 de Março de 1968. Nem de propósito, se atendermos aos últimos desenvolvimentos noticiosos, que nos mostram por essa Europa fora os dirigentes nacionalistas catalães a serem detidos (Espanha, Alemanha, Reino Unido), vale a pena recuperar este mini escândalo de há cinquenta anos, quando o intérprete (e autor) da canção que iria representar a Espanha no próximo Eurofestival é substituído á última hora por uma outra intérprete, essa castelhana, depois de ter mostrado a intenção de interpretá-la em catalão. Para lá da capa acima, a história está depois explicada na página 8 da edição do Diário de Lisboa desse dia (abaixo). Registe-se porém que o idioma catalão é ali qualificado repetidamente como dialecto - eram as «malhas» que o franquismo (e a ignorância doméstica) teciam. E recorde-se que a nova intérprete, mesmo com uma canção emprestada à última da hora, virá a ganhar o certame dali por 11 dias. Mas de quase tudo isso já eu aqui havia falado. Dessa vez a Europa não parece ter ligado nenhuma às controvérsias internas da Espanha. E desta?...

1 comentário:

  1. Irónico que essa atitude de Joan Manuel Serrat, que lhe deu pregaminhos de defesa da cultura catalã, não o impediu de ser engolido pela radicalização da política na Catalunha.

    Como se opôs à independência e ao referendo de 1-O, foi marginalizado pelos defensores da cultura catalã. Tão cedo não se vai ouvir cantar "Paraules d'Amor" em vez de "L'Estaca" ou "Els Segadors" nas manifs organizadas pela ANC.

    ResponderEliminar