31 março 2018

LYNDON JOHNSON RENÚNCIA À REELEIÇÃO


31 de Março de 1968. Num discurso televisionado o presidente Lyndon B. Johnson surpreende os americanos ao anunciar que não se reapresentará ás futuras eleições presidenciais que virão a ter lugar em Novembro daquele ano. Embora hoje se admita que a ideia já estivesse a medrar desde há meses intimamente em Johnson, admite-se, também hoje, que a decisão terá sido a mais drástica consequência da conclusão da reunião dos sábios («wise men») da Casa Branca, a que me referi aqui há alguns dias

«(...) Com os filhos da América em campos tão distantes, com os desafios ao futuro da América cá entre nós e as esperanças mundiais na Paz a permanecerem todos os dias em agenda, não creio que deva dedicar um dia ou uma hora, sequer, do meu tempo a causas partidárias ou a quaisquer outros deveres, que não os exigentes deveres deste cargo que ocupo - a presidência deste vosso país.
Por consequência, não vou procurar, e não irei aceitar a nomeação do meu partido para (concorrer a) um outro mandato como vosso presidente.(...)»

No dia seguinte ao do discurso, o grau de aprovação do presidente subiu bruscamente dos 36 para os 49%. Milhares de especulações se fizeram desde então sobre o que teria sido a História dos Estados Unidos se Lyndon Johnson tivesse tomado decisão diferente. Por um lado é provável, pelo efeito de inércia, que tivesse ganho as primárias que teriam feito de si o natural candidato democrata às eleições. Mas, por outro, não é adquirido que as viesse a ganhar, por causa da controvérsia do problema vietnamita. Ainda nesse século, Jimmy Carter em 1980 e George H. Bush em 1992 tornar-se-ão presidentes derrotados quando da reeleição. Descontando as incontáveis especulações sobre aquilo que Lyndon Johnson teria decidido de diferente em relação a Richard Nixon, factualmente, o que se pode dizer é que a saúde do presidente teria afectado, quase de certeza, a forma como ele exerceria a presidência deste último mandato: Lyndon Johnson morreu de ataque cardíaco, quase exactamente quatro anos após ter abandonado a presidência, dois dias depois do final desse tal mandato virtual. Tinha apenas 64 anos.

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