24 março 2018

A METAMORFOSE DA «COMMONWEALTH»

Estamos a 17 de Março de 1961, em Londres, a cerimónia é de gala porque se trata do encerramento da conferência de primeiros ministros, e esta fotografia assinala o início do que será a metamorfose da imagem da Commonwealth britânica. A fotografia em que a monarca Isabel II aparece, ao centro, rodeada dos chefes de governo dos países que outrora haviam composto o Império, parece ser uma composição cada vez mais heterogénea, quando comparada com as fotos de cerimónias precedentes, uma heterogeneidade que, tanto como as aparências, se substancia também pelos percursos e pelos anseios díspares de quem rodeia a monarca. A Commonwealth mostrava que não podia ser o desejado prolongamento do Império Britânico desejado por Londres. A Irlanda já saíra, a África do Sul preparava-se para o fazer, a instituição manifestava-se impotente para gerir a animosidade indo-paquistanesa. Há 57 anos e da esquerda para a direita, identificam-se Kwame Nkrumah pelo Gana, John Diefenbaker pelo Canadá, Hendrik Verwoerd pela África do Sul, Jawaharlal Nehru pela Índia, Ayub Khan pelo Paquistão, a Rainha, Roy Welensky pela Rodésia (que hoje são a Zâmbia e o Zimbabwe), Sirimavo Bandaranaike pelo Sri Lanka, Harold Macmillan que foi o anfitrião britânico, Robert Menzies pela Austrália e o arcebispo Makarios III por Chipre. Ausentes da foto, mas presentes na conferência, haviam estado ainda os dirigentes da Malásia, Nova Zelândia e Nigéria. Abaixo, pode comparar-se o que fora a tradição daquelas conferências (a de 1926, acima, ainda com Jorge V, o avô de Isabel II) e aquilo em que se iriam transformar (a de 1983, abaixo).

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