No fim-de-semana passado, durante um concerto dos UB40 que teve lugar em Haia, nos Países Baixos, houve um detido que morreu quando estava sob custódia policial. Seguiu-se um comunicado das autoridades policiais que, como infelizmente cada vez mais tende a acontecer, apresenta justificações que aparecem desmentidas pelos vídeos dos telemóveis entretanto colocados na net. Suponho que o fenómeno não se deva a uma maior tendência última das autoridades policiais...
...para mentir – suspeito que o cerne do problema devam ser mesmo os vídeos... Mas o que interessa para a continuação da história é que, em protesto, durante os três dias seguintes se assistiu em Haia a um conjunto de distúrbios espectaculares que levaram a que a polícia tivesse feito duas centenas de prisões. Embuçados a partir montras e/ou a incendiar caixotes de lixo são imagens que robustecem qualquer noticiário televisivo. A três noites de violência urbana, nos Estados Unidos...
...tinham-lhe chamado um figo, com directos, se possível; em França ou no Reino Unido também não se desdenharia a oportunidade; até mesmo os tradicionalmente discretos suecos a aproveitariam. Mas não os holandeses. A sobreposição da Crise Grega conjugada com uma ponderada cobertura pela comunicação social doméstica fez com que a notícia passasse praticamente desapercebida. Nessa habilidade de evitar lavar a sua roupa suja em público, os holandeses excedem-se.
Por cá, tirando o Diário Digital, não encontrei mais nenhuma menção na comunicação social de referência ao encadeado de incidentes...
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