Há 45 anos terminava um imposto dificilmente concebível actualmente: a licença de isqueiro, renovável anualmente, destinada a proteger a indústria fosforeira nacional e cuja supressão vemos acima celebrada pelo Diário de Lisboa de 1 de Junho de 1970. Medida proteccionista de 1937 e 1943, rapidamente tornada anacrónica pela evolução tecnológica, acrescia a isso o desagrado como a opinião pública via o zelo da sua fiscalização, a que não era alheio o facto do autuante e do denunciante (havendo-o) ficarem com 30% do valor da (pesada) multa. Quase tão grave quanto o da PIDE e muitas vezes pior do que o da polícia, todos conheciam uma história de rua evidenciando o despotismo dos fiscais das licenças de isqueiro. Com a chegada dos anos 1960, a licença de isqueiro caíra em tal desprezo que as próprias organizações pilares do regime (como o Movimento Nacional Feminino) a ignoravam, quando distribuíam milhares de isqueiros Zippo como prenda de Natal aos soldados mobilizados em África (abaixo). Por lá, pelos confins africanos, além de não abundarem repartições de finanças onde pagar a licença, também não seria sítio onde a muito desprezada categoria de fiscal de isqueiros estivesse disposta a fiscalizar...
esta é lendária
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