A novidade não é existir uma parte dos portugueses que concebem a sua relação com o poder de uma forma muita parecida como uma certa comunidade de devotos acredita nas capacidades curativas do celebrado Dr. Sousa Martins (1843-1897). Isso é coisa que já existe há mais de cem anos, pode dizer-se figurativamente que é fenómeno sociológico que virá de sempre. A novidade estará a ser o nosso primeiro-ministro realizando uma inflexão de discurso nos últimos meses, depois de nem sequer sangue, suor ou lágrimas nos prometer, para um género de quem concede graças como as do santificado doutor... Resta escolher o local onde depositar as placas de mármore agradecendo-lhe, por exemplo, a hipotética (que ainda condicional) devolução do IRS.
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