Interessante entrevista prestada por Jerónimo de Sousa ao Público de hoje onde se pronúncia aprofundadamente sobre o período mais recente da política
interna grega, admitindo – como se pode ler acima – que o governo grego não
esteve nada bem e criticando as suas hesitações, cedências e contradições. É
curioso como, entre as quase 50 perguntas que compõem a entrevista, não tenha
ocorrido à entrevistadora colocar uma ou duas sobre o comportamento equívoco por
parte do KKE, o partido comunista grego irmão do PCP, rival invejoso da ascensão ao poder do Syriza. Eu bem desconfiava que o internacionalismo proletário ou a
solidariedade entre partidos comunistas irmãos deixara de interessar à agenda
mediática e que actualmente o famoso slogan do Manifesto Comunista ter-se-á
modificado do doutrinal proletários de todos os países, uni-vos para um
táctico proletários de cada país, desenrasquem-se (conforme a situação
política local). O que ignorava é como essa evolução dos ensinamentos de Marx e
Engels parece contar com a cumplicidade por ignorância e negligência de um
jornalismo degradado que se mostra incapaz de colocar o par de questões quase obrigatórias que
tornariam a entrevista muito mais interessante.
Sem comentários:
Enviar um comentário