24 abril 2014

UMA CERTA IDEIA DE PORTUGAL¹

Ainda na continuidade de algumas ideias para postes que me ocorreram a pretexto do 25 de Abril (uma série que que baptizei por as mansardas que Abril abriu), adiciono esta que tem por personagem central António de Spínola (1910-1996), exibindo-lhe em primeiro lugar o pensamento (Portugal e o Futuro) e depois a sua consagração nas capas das revistas internacionais de Maio de 1974 logo a seguir ao golpe. Mas somando um e a outra, a devoção pessoal que o próprio suscitava entre os seus seguidores e ainda a certeza messiânica de se ter uma certa ideia do seu país, o julgamento da História é implacável na distinção do quanto é diferente ter tido isso tudo e ter conseguido resultados. Pode concluir-se do trajecto de Spínola depois de 1974 que ser-se general e ter uma ambição política equivalente não chegou para se ser um outro de Gaulle.
¹ Alusão a uma passagem célebre das Memórias de Charles de Gaulle: Il est tout à fait vrai - je dirais que c'est ma raison d'être - que depuis toujours, et aujourd'hui, je me fais de la France, en effet, une certaine idée… (É realmente verdade - posso dizer que é mesmo a minha razão de ser - que desde sempre, até agora, sempre tive da França, efectivamente, uma certa ideia...)

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