Aproveitando umas declarações de Durão Barroso a respeito do BPN, o jovem (...quase 33 anos) azougado e ambicioso deputado Duarte Marques do PSD (abaixo) dispôs-se a voltar à caça do polícia incompetente (Vítor Constâncio) enquanto mostra andar a esquecer-se dos ladrões (Dias Loureiro, Oliveira Costa, etc.) do caso. Era dispensável e houve quem demonstrasse exemplarmente no próprio jornal onde a entrevista fora publicada como a iniciativa, além de escabrosamente parcial, acaba por se tornar ridícula. Mas o ridículo acentua-se no dia seguinte, quando um clã de compinchas de Constâncio publicita, em jeito de desagravo, uma carta em que o exoneram de responsabilidades, como se aquilo de dirigir o banco de Portugal fosse actividade onde só se produzem umas estimativas e se mandam umas bocas. Responsabilidades nenhumas. Como se a História pudesse perdoar a generais derrotados, porém competentíssimos. Mas, estando nós em paz, só estou mesmo a ver uma profissão a que a nossa sociedade peça realmente responsabilidades pelos resultados alcançados (...e sem que ninguém saia publicamente em sua defesa): a dos treinadores de futebol…
Duarte Mendes sabia que era o 1.º de Abril... e não tem idade para saber do 25!
ResponderEliminarAcabo de ler mais um excelente poste, no seguimento e ao estilo de inúmeros outros que têm vindo a alimentar este espaço em que, a maioria das vezes, aprendo e/ou me revejo. Contudo, neste há uma frase que me incomoda: "...houve quem demonstrasse exemplarmente no próprio jornal onde a entrevista fora publicada como a iniciativa, além de escabrosamente parcial, acaba por se tornar ridícula".
ResponderEliminarÉ que, do meu ponto de vista, todos os adjectivos com que a referida frase termina poderiam ser apropriadamente atribuídos ao texto do Nicolau Santos. O que está em causa não é se a culpa é dos "ladrões" ou do "polícia", ou o dia e a hora em que este se apercebeu do "roubo". O que interessará saber, ou melhor, provar, é que estamos perante um "polícia" completamente incompetente, preguiçoso ou pactuante.
Os negócios do grupo BPN sempre foram intrigantes, desde o início, com investimentos milionários nos mais variados sectores (imobiliário, agricultura, pecuária, vinhos, fábricas de sapatos, etc.) e a proveniência de tanto capital, tantas vezes tão mal investido, imensamente suspeita. Se isto se sabia e era falado à boca cheia nas esquinas e cafés de todo o país, como aceitar que precisamente aqueles a quem competia a supervisão, o Banco de Portugal, não tivesse estranhado e tomado medidas atempadamente?
Se não estiver enganado porque falo de assuntos onde não me sinto muito confortável, ele há crimes cometidos com dolo e outros por negligência.
ResponderEliminarE o primeiro qualificativo costuma ser considerado como um factor agravante bastante superior ao segundo.
Se outras razões não houvesse, por uma questão de prioridades, suponho que conviria hierarquizar os crimes associados à gestão do BPN: primeiro os dolosos e depois os negligentes.
O que não é sinónimo de branquear qualquer deles.
a imagem que retenho das responsabilidades a assumir pelosimpolutospoliticos em Portugal foi a dada pelas averiguação das corrupçoes na expo98.Julgava-se oaluguer faraonico de paquetes para albergar os "milhares" (seria pessoas ou dinheiro?)e foramjulgar o responsavel de marrar os barcos ao cais. Que apesar de simples não era parvo ao pergunatr ao juiz se não arranjavam gente mais qualificada - eu só trato de amarrar os barcos, negocios são mais para cima.grandes procuradoreas que só vêm a corrupção nos marradores de barcos!!!
ResponderEliminarCompletamente de acordo com o seu comentário, Teixeira. Claro que dolo e negligência não são comparáveis, e seria de uma irresponsabilidade bárbara pretender apurar e/ou condenar a segunda sem primeiro ou simultaneamente investigar e punir o primeiro, o crime doloso. No entanto, mal ou bem, com ou sem a rapidez que se exigiria, a verdade é que o primeiro está a ser judicialmente tratado.
ResponderEliminarO que me custa a aceitar é que se não possa por em causa o comportamento do BP e o do seu responsável máximo sem que, de imediato, apareçam as vozes do costume a indignar-se, clamando que se está a tentar culpar o "polícia" em vez de condenar o "ladrão".
Como muito bem diz, falar de um não significa esquecer ou branquear a atitude do outro. São realidades distintas (e hierarquicamente diferentes) mas uma não exclui necessariamente a outra. Podemos e devemos falar de ambas; até porque estão interligadas.