06 junho 2013

UNS MERDAS

O que o português mediano (já) não precisa é que um comissário europeu como Olli Rehn (assinalado acima), ainda ande preocupado a vender a sua banha da cobra, e argumente, (já) defensivamente, que o exemplo da Letónia prova que programas de ajustamento podem ter sucesso. Isso é um desperdício, uma resposta para aqueles radicais que, diga-se-lhes o que se disser, nunca reconhecerão a necessidade desses programas seja quais forem as circunstâncias. O que nos teria sido mais útil era que ele, Rehn, assim como o resto da comissão Barroso (acima, a propósito, quem é que nos explicou quanto honrava Portugal que Barroso ocupasse a presidência da Comissão Europeia?...) tivessem (já) tido o discernimento e/ou a coragem de reconhecer atempadamente quando os programas de ajustamento se estão a revelar um fiasco colossal, como agora o estará a fazer internamente o FMI.
 
Adenda de dia 7/06/13: Cavaco Silva chamou a atenção - e bem - para a interpretação errada que se estava a dar às críticas do FMI ao programa aplicado na Grécia. As condições preconizadas por aquela instituição seriam mais draconianas que as defendidas pelos dois organismos europeus da troika. Trata-se de um esclarecimento importante, mas que - e isso não sei se Cavaco Silva o terá compreendido... - apenas agravará a forma como as divergências entre credores tenderão a ser esgrimidas internamente: quando os apoios internacionais com que Portugal pode contar são protagonizados por pessoas como Olli Rehn não será caso para perguntar seriamente se não deveremos regressar ao objectivo da solidão orgulhosa dos tempos do professor Salazar?...

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