29 junho 2013

À SOMBRA DE UM PRÉMIO NOBEL DA PAZ

O episódio da deserção e das denúncias produzidas por Edward Snowden tem sido explorado pela comunicação social de todo o Mundo com um desinteresse de acabrunhar, considerada a importância daquilo que foi denunciado. Não se tivesse ela apercebido dos esforços das autoridades norte-americanas em apanhar o denunciante e é possível que as descrições da espionagem automática que incide sobre todas as comunicações que foi feita por Snowden ter-nos-iam passado praticamente desapercebidas. Mas o que gostaria de atribuir mais significado é o empenho demonstrado neste e noutros casos (como o de Julian Assange) pelas autoridades norte-americanas em azarar despudoradamente, à vista da opinião pública, a vida aos que interferiram realmente com os seus interesses. Desmentindo hipocrisias do passado, quando se desculpavam com falta de meios para capturar criminosos nazis. Prova dos limites a que actualmente se dispõem a ir, comprova-se agora com a capacidade de bloquear o acesso a páginas de jornais on-line. E tudo isto acontece sob a égide de uma administração de um presidente norte-americano de excelente imagem mediática, galardoado preemptivamente em 2009 com o prémio Nobel da paz por prometer que ia fazer imensas coisaslembram-se da do encerramento da prisão de Guantanamo? – e que, pelo andar da carruagem, promete vir a terminar os seus dois mandatos continuando a prometer imensas coisas

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