Acho muito imaginativa esta montagem que reúne o mítico Titanic com o seu sucessor actual como maior navio de passageiros do Mundo, o Allure of the Seas. A propósito dela e da distância de cem anos que separa os dois navios ocorreu-me uma reflexão desencadeada pela recente proposta de António José Seguro sobre o desemprego na Europa em 2020. Regressemos por momentos a um século atrás, aos anos em que o Titanic foi construído e se afundou, e imaginemos alguém a fazer planos para o futuro da Europa em... 1920. Teria sido um exercício vão, a Primeira Guerra Mundial (1914-18), a implosão dos impérios russo e austro-húngaro que se lhe seguiu destruiriam todos os pressupostos desses planos e a única justificação do planeador de 1913 teria sido a estabilidade da situação europeia nos 40 anos antecedentes. Contudo, em 2013, neste século temos o privilégio de já não ter essa desculpa/ilusão. O quadro europeu actual é, reconhecidamente, instável: não se sabe se a União Europeia sobreviverá e, se isso acontecer, em que tipo de organização se transformará. Esqueça-se a sonoridade da coisa: não mandaria pelo menos a prudência que António José Seguro não fizesse propostas tão categóricas a um horizonte temporal de sete anos de distância?…
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