De certeza que não será o caso mais absurdo da lista de 100 grandes portugueses do concurso promovido pela RTP, mas a presença nessa lista (em 84º lugar) da pintora francesa (de ascendência portuguesa) Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992) é mais um dos exemplo do que descrevi no poste anterior por elasticidade imaginativa da nossa cortesia, ao considerá-la uma pintora portuguesa.
A verdade é que, como se pode ler pela sua biografia, tendo passado a viver em Paris desde os 20 anos, ali casado dois anos depois com Arpad Szenes (1897-1985), onde produziu a maior parte da sua obra, só vindo episodicamente a Portugal e apenas aqui procurando refúgio por causas excepcionais (Segunda Guerra Mundial), não se pode considerar a ligação de Vieira da Silva a Portugal, como muito íntima.
Acabada a Guerra (depois de um breve período em Portugal instalara-se no Brasil) regressou a Paris em 1947 onde continuou a residir e trabalhar até ao fim da vida. Conjuntamente com o marido (de origem húngara), veio a adquirir a nacionalidade francesa em 1956, precisamente na década em que veio a adquirir notoriedade. No princípio dos anos 60 a sua reputação estava firmada.
Evidentemente que isto não quer dizer que em Portugal se olhe para a sua obra com algum carinho, maior do que o que mereceria um outro artista de uma outra origem qualquer. Agora dar-lhe a nacionalidade portuguesa quando ela optou voluntariamente por uma outra é que é um gesto que me parece excessivo. E há que ter alguma coerência: é que precisamente os mesmos critérios que levam a considerar Vieira da Silva portuguesa fariam de Eusébio (o 15º daquela mesma lista de grandes portugueses) moçambicano…
A verdade é que, como se pode ler pela sua biografia, tendo passado a viver em Paris desde os 20 anos, ali casado dois anos depois com Arpad Szenes (1897-1985), onde produziu a maior parte da sua obra, só vindo episodicamente a Portugal e apenas aqui procurando refúgio por causas excepcionais (Segunda Guerra Mundial), não se pode considerar a ligação de Vieira da Silva a Portugal, como muito íntima.
Acabada a Guerra (depois de um breve período em Portugal instalara-se no Brasil) regressou a Paris em 1947 onde continuou a residir e trabalhar até ao fim da vida. Conjuntamente com o marido (de origem húngara), veio a adquirir a nacionalidade francesa em 1956, precisamente na década em que veio a adquirir notoriedade. No princípio dos anos 60 a sua reputação estava firmada.
Evidentemente que isto não quer dizer que em Portugal se olhe para a sua obra com algum carinho, maior do que o que mereceria um outro artista de uma outra origem qualquer. Agora dar-lhe a nacionalidade portuguesa quando ela optou voluntariamente por uma outra é que é um gesto que me parece excessivo. E há que ter alguma coerência: é que precisamente os mesmos critérios que levam a considerar Vieira da Silva portuguesa fariam de Eusébio (o 15º daquela mesma lista de grandes portugueses) moçambicano…
Lógica irrefutável!
ResponderEliminarOutro galo cantaria se Vieira da Silva tivesse sido convocada para a Selecção... em vida!
Parece-me que a convocatória pecou pelo atraso.
E há que ter alguma coerência: é que precisamente os mesmos critérios que levam a considerar Vieira da Silva portuguesa fariam de Eusébio (o 15º daquela mesma lista de grandes portugueses) moçambicano..
ResponderEliminarfim citação
O problema é que a lógica utilizada pelo ser humano carece de lógica.
Quer um bom exemplo ?
Conforme mulher deseje gravidez ou não..,assim chama ao feto monte de células ou " o meu bébé " ?
Quer melhor incoerência que esta?
O mesmo ser é caracterizado de forma oposta conforme o observador.
Está lógica afectiva está presente em cada passo da vida.
Se um homem de quem uma mulher lhe telefonar ele é um querido.
Mas se alguem de quem a mulher não goste lhe telefonar ele é um chato.
Movemo-nos através de uma lógica afectiva e não formal.
No caso da Vieira e Eusébio, é :
Se é célebre e tem alguma relação com portugal, é-se português.
Isso é como nas familias.
Se um indivíduo está no topo da hierarquia.., não hà primo , tio, que o não considere da sua família.
Se um fulano é pé descalço, ninguém o considera da familia.
És Célebre ? Bem vindo !!!
És pé descalço ? Não te conheço !!!
É essa a lógica utilizada em relação ao Eusébio e Vieira.
São considerados portugueses ilustres porque têm relação com o país e são celebres.
Puro engano o vosso, a personalidade denominada Vieira da Silva não é a pintora mas sim o incansável ministro do Trabalho e da Solidariedade, ou lá como é...
ResponderEliminarA propósito do comentário esclarecedor de quem assina peter42y gostaria de evocar a época anterior ao copy/paste, onde se podia começar a nossa argumentação apresentando, por palavras nossas, aquelas que julgávamos serem as ideias principais do que íamos comentar. O facto de fazermos um resumo por palavras nossas servia para despistar se havíamos percebido bem as ideias… Algumas vezes o motivo da divergência não passava de um mal-entendido.
ResponderEliminarEmbora muito utilizado aqui pela blogosfera, continuo sem perceber a utilidade destes preâmbulos recorrendo ao copy/paste. Se for para mostrar que se compreendeu a essência do texto… isso não se mostra com uma cópia. Se for para relembrar o autor sobre o que escreveu… creio que é desnecessário (ele costuma lembrar-se). Se for por comodidade ou para ficar com melhor aspecto… então por isso será!
Mas a questão de fundo é que lamento dizer-lhe que nos sítios onde procurei desenvolvimentos sobre a lógica (por exemplo aqui: http://en.wikipedia.org/wiki/Logic) não encontrei referência alguma a essa lógica afectiva, através da qual diz que nós nos movemos (o que pressupõe uma existência física da tal lógica), e que justificaria a inclusão de Maria Helena Viera da Silva na lista dos grandes portugueses.