Embora já tenha sido muito pior, ainda são famosas as atitudes de condução e comportamento da classe dos motoristas de táxi. Para qualquer condutor normal ainda é grande o temor, pelo inesperado, do que qualquer um deles possa fazer na estrada e das consequências de lhe chamar a atenção para o facto, episódios que normalmente terminam com um chorrilho de impropérios da parte do taxista. São características que levam a sociedade a colocar, instintivamente, os taxistas numa classe separada em relação aos restantes condutores. Por isso, apanhar um táxi pode ser um momento tenso de convívio com um alienígena.
Eu bem sei ter prometido a mim mesmo que ia evitar de futuro imiscuir-me em assuntos de política corrente no blogue. E, de certa maneira, não estou a quebrar a promessa ao escrever este poste porque a essência do assunto a abordar pode ser considerada quase científica, do âmbito da lógica, da gestão e da sociologia. Quando se estabelecem objectivos de gestão e os resultados da actividade fazem com que eles sejam superados, como aconteceu com o anúncio do valor do deficit orçamental de 2006, estamos perante boas notícias. Por vezes os valores podem ser manipulados mas não parece ser o caso.
E o facto é esse, tão simplesmente. Depois haverá o tratamento político a dar-lhe, dentro do razoável, ignorando-o, minimizando-o ou cumprimentando os executores, tentando capitalizar uma imagem de equilíbrio e justiça. Depois, há esta realidade: são os políticos no activo, os que se disfarçam de analistas ponderados e distanciados e os aspirantes à obtenção desse mesmo estatuto que parecem estar, neste caso concreto, para o emprego do senso comum e da honestidade intelectual na análise e comentário sobre o tema como a maioria dos taxistas costumam estar para o civismo e o cumprimento das regras de trânsito…
Muitas elaborações que já li por aí a propósito do valor do deficit orçamental de 2006 parecem-me fazer tanto sentido quanto, por exemplo, os insultos com que o taxista costuma injuriar o desgraçado que, crédulo, julgava que a regra que estabelece a prioridade dos peões nas passadeiras também se aplicava aos táxis… Nestes casos patentemente objectivos, é que se torna evidente como as regras do discurso e análise política, assim como as de trânsito, não se aplicam a qualquer daqueles grupos especiais que, pela sua própria conduta, acabam por se tornar numa espécie de marginais ao resto da sociedade.
Eu bem sei ter prometido a mim mesmo que ia evitar de futuro imiscuir-me em assuntos de política corrente no blogue. E, de certa maneira, não estou a quebrar a promessa ao escrever este poste porque a essência do assunto a abordar pode ser considerada quase científica, do âmbito da lógica, da gestão e da sociologia. Quando se estabelecem objectivos de gestão e os resultados da actividade fazem com que eles sejam superados, como aconteceu com o anúncio do valor do deficit orçamental de 2006, estamos perante boas notícias. Por vezes os valores podem ser manipulados mas não parece ser o caso.
E o facto é esse, tão simplesmente. Depois haverá o tratamento político a dar-lhe, dentro do razoável, ignorando-o, minimizando-o ou cumprimentando os executores, tentando capitalizar uma imagem de equilíbrio e justiça. Depois, há esta realidade: são os políticos no activo, os que se disfarçam de analistas ponderados e distanciados e os aspirantes à obtenção desse mesmo estatuto que parecem estar, neste caso concreto, para o emprego do senso comum e da honestidade intelectual na análise e comentário sobre o tema como a maioria dos taxistas costumam estar para o civismo e o cumprimento das regras de trânsito…
Muitas elaborações que já li por aí a propósito do valor do deficit orçamental de 2006 parecem-me fazer tanto sentido quanto, por exemplo, os insultos com que o taxista costuma injuriar o desgraçado que, crédulo, julgava que a regra que estabelece a prioridade dos peões nas passadeiras também se aplicava aos táxis… Nestes casos patentemente objectivos, é que se torna evidente como as regras do discurso e análise política, assim como as de trânsito, não se aplicam a qualquer daqueles grupos especiais que, pela sua própria conduta, acabam por se tornar numa espécie de marginais ao resto da sociedade.
Parece-me uma análise perfeita.
ResponderEliminarDos motoristas de táxi pode-se esperar tudo: até que, por vezes, sigam as regras do Código da Estrada.
Da maioria dos políticos já não se pode esperar tanto. As regras, se existem, são para os “outros”, o que até se compreende: ninguém vai legislar contra os seus interesses.
Com um requinte: se um taxista é apanhado com o taxímetro traficado, é multado.
Um político pode tomar todas as más decisões que lhe passarem pela cabeça e nunca tem responsabilidades. Com sorte, espera uns tempos (não é preciso muito!) apresenta-se ao eleitorado... e regressa como se nada tivesse acontecido!
Impaciente, tenho a impressão que a vida não corre assim tão mal - nesse aspecto - para os taxistas...
ResponderEliminarA última vez que foram publicitadas operações de fiscalização aos taxis foi em 2004, por causa do Euro desse ano. 70% dos taxis vistoriados tinham alguma irregularidade...
Por outro lado, hoje (23) tive o prazer de ouvir uma sonora gargalhada casual de um leitor do Público que assim reagiu à crónica de Vasco Pulido Valente e a uma passagem sua onde opina que Portas "...foi, no consenso geral, um óptimo ministro da Defesa."
Ora, uma opinião daquelas, expressa por quem (é tão certeira como uma bússola que marcasse sempre o sul...), é sintoma evidente que o bom senso maioritário não está disposto a aceitar Portas de volta como se nada tivesse acontecido.