A propósito do espessíssimo «Barbarossa 1941 A Guerra Absoluta», livro com 1880 páginas(!), que ontem aqui elogiei e que me tomou uns dois meses de leitura atenta, lembrei-me da saga por que passou um amigo meu, com a leitura de um outro livro em francês, também assim espesso, e que pude acompanhar porque ele, prolífico leitor, foi dando conta através das publicações que foi fazendo no seu facebook.
O livro em questão intitula-se «Escrito Autobiográficos», o autor é Elias Canetti, que foi premiado com o Prémio Nobel da Literatura em 1981. O autor nasceu na Bulgária, emigrou para Viena, escrevia em alemão, a obra é portanto uma tradução. O livro apresenta-se robusto, contendo 1492 páginas(!), e o meu amigo João Carvalho Fernandes esmera-se nos elogios prévios, como se pode ler acima, na sua entrada de 14 de Janeiro (deste ano).
Convém explicar também que o meu amigo confere um certo aspecto epicurista às suas sessões de leitura, acrescentando-lhe invariavelmente uma bebida e um charuto. Repare-se também que ele é o género de leitor que gosta de se dispersar por mais do que uma leitura em simultâneo. No caso, a atenção por Canetti é compartilhada por um livro em português com contos de Gogol.
Para não se estar a ser desnecessariamente exaustivo, salte-se uma semana e constate-se que o livro de Gogol foi substituído por um thriller.
E os comentários tanto podem incidir sobre as leituras como sobre aquilo que as acompanha. Neste caso é a descrição do cocktail.
Mas as fotografias podem ser tão ou mais informativas do que os textos. Neste caso, e comparando os dois livros, não deixa de ser curioso apreciar o aspecto estimado, quase por estrear, do livro de Canetti depois de semanas de leitura, e isso apesar de lá estar entalado um marcador... O outro livro de Tom Rachman (uma tradução do inglês), já está com a capa um pouco tombada.
O livro de Victor Hugo vai ser despachado numa semana.
E o seguinte em quatro dias.
E esta irá ser a única referência - quantitativa e não qualitativa - sobre a leitura dos «Escritos Autobiográficos» de Elias Canetti. O livro continua com um aspecto impecável. Eu só tenho inveja, porque não consigo manter os livros em tão bom estado, quando os leio.
Como se vê, até há espaço para a leitura de originais portugueses...
E subitamente, depois de 11 de Março, ou seja, sensivelmente dois meses depois do anunciado início da leitura (como aconteceu comigo), o livro desaparece da companhia dos charutos, do cortador, do isqueiro e das bebidas. Terá coexistido com nove outros livros, entretanto lidos, total ou parcialmente...
Os «Escritos Autobiográficos» desaparecem, sem deixar rasto, sem mesmo uma sintética opinião final (como acontece com os outros livros, veja-se o exemplo que se lê abaixo). Mas também suponho que não seria necessária dar essa opinião: «as memórias» já haviam sido consideradas «verdadeiramente excepcionais» e haviam sido recomendadas ainda antes de ser lidas... Por isso, desconfio que já não terá sido indispensável tê-las lido verdadeiramente...
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